Neste início de 2022, tenho participado – pelo Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região (CRBM1), o qual tenho a satisfação de presidir -, ao lado de amigos da Biomedicina, de inúmeros eventos nacionais de gestão e da área da saúde. O objetivo maior é apresentar a importância do profissional nos quadros da saúde, uma vez que a profissão é relativamente nova se comparada às demais.
Conjunto à alegria de poder retomar os encontros presenciais, em que são discutidos temas atuais e de interesse da sociedade, dos serviços públicos e privados, com personalidades da política nacional e gestores, expresso nos encontros a satisfação no sentimento de dever cumprido. A saúde no país (e aqui incluo os bravos profissionais de todas as 14 profissões que a compõem) respondeu à altura quando solicitada na chegada da pandemia. E não poderia ter sido diferente.
Hoje o cenário mudou. O vírus persiste, mas agora encontra na ciência e em notáveis profissionais e pesquisadores condições para o enfrentamento à doença.
Pesquisas essenciais
Passados pouco mais de dois anos dos primeiros casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2), em que a gravidade e urgência epidemiológica sacudiram o mundo, convidando as nações e a comunidade científica internacional a buscarem nas pesquisas a “saída” para o difícil cenário que se avizinhava, surge um novo desafio: o inédito surto de hepatite em crianças com menos de 10 anos de idade, verificado em países europeus, sendo registrados no Reino Unidos os primeiros casos.
Não estou me referindo aqui ao fim da pandemia (sabe-se que temos hoje apenas o abrandamento do número e gravidade das infecções em virtude de medidas sanitárias adotadas e, sobretudo, pelo desenvolvimento e aplicação de vacinas). E tampouco dizer que as recentes descobertas da hepatite em pacientes pediátricos são as únicas infecções existentes a causarem preocupação. Apenas os utilizei como exemplos do quão necessário e incessante é o trabalho de pesquisa na saúde, com bactérias, vírus e suas mutações, estas muitas vezes tão agressivas. Quero apenas lembrar que sem investimento em ciência e ampla capacitação dos profissionais não há saúde, não há vida, o mundo para.
Vimos como delicadas foram as ondas da COVID-19, o número de vítimas, o sofrimento de tantos… somente a ciência, juntamente com bons profissionais e governantes sérios, com políticas públicas eficazes, é capaz de oferecer resposta em momentos tão difíceis como estes.
E aqui quero abrir espaço para falar da formação, da capacitação dos profissionais, que deve ser plena e atender com propriedade as várias demandas e os muitos desafios inerentes à área da saúde.
Como biomédico, e presidente do Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região, acompanho de perto a atuação da categoria. O incentivo para a capacitação é contínuo e uma das bandeiras de nossa gestão, no amplo apoio à Associação Paulista de Biomedicina (APBM), cuja diretoria recém-formada investe em parcerias com hospitais, institutos e universidades, e recursos tecnológicos e inovadores para melhor capacitar o profissional nos tempos que correm.
Especialmente, acompanho com orgulho o trabalho desenvolvido pelos biomédicos no campo das análises clínicas, da imagenologia, das pesquisas, vacinal, da genética e tantas outras importantes contribuições prestadas nesse período pandêmico. Vimos surgir nomes em trabalhos multiprofissionais, numa demonstração da competência e da importância da categoria para a saúde. São cerca de 100 mil profissionais formados e atuantes na Biomedicina. Somente nos estados de jurisdição do Regional 1 (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul), mais de 45 mil inscritos.
Os desafios na saúde são muitos, mas estamos unidos, comprometidos e preparados.
Saudações biomédicas!