O álcool é uma droga socialmente aceita, e seu abuso é um problema de saúde pública.
Para ter a dimensão do problema, o abuso do uso do álcool é a segunda causa de morte
evitável, sendo superada pelo tabagismo, e é a principal causa de morte e invalidez entre os jovens. Além disso, o alcoolismo também é uma causa de violência. O álcool é a causa de mais de 200 condições de doenças ou lesões elevando os custos da saúde pública. No Brasil são realizados cerce de 1250 transplantes de fígado anualmente, 60% desses ocorrem devido ao uso de álcool.
Segundo a OMS todos os anos ocorrem 3 milhões de mortes decorrentes do uso abusivo do álcool. No Brasil o número de acidentes atribuíveis ao álcool tem aumentado na última década. Existe um teste laboratorial específico para revelar o consumo excessivo do álcool. Trata-se de um biomarcador, uma isoforma de transferrina (CDT) que funciona como indicador de grande consumo de álcool por longos períodos. Após a abstinência por 2-4 semanas o marcador é normalizado. A adoção da testagem do CDT pode auxiliar na detecção precoce e no monitoramento do uso crônico e assim como nas recaídas do uso álcool. Além disso, pode contribuir para a prevenção de doenças relacionadas ao álcool. Também pode ser utilizado na prevenção de acidentes de trabalho para trabalhadores em atividades de risco ou do transporte rodoviário e aéreo. Outra aplicação seria na prevenção da síndrome do alcoolismo fetal no período neonatal. A dependência do uso do álcool é uma questão complexa e multifatorial. As estratégias de prevenção definidas na Política Nacional sobre Drogas estão baseadas em redução do uso, manutenção da abstinência, acolhimento, suporte social. Um exame laboratorial específico, como o marcador biológico CTD somado aos autorrelatos e anamnese realizada por profissional especializado pode ser de grande valia no acompanhamento dos problemas decorrentes do uso do álcool.