Conheça a IA que utiliza exames de sangue para acelerar o diagnóstico de câncer de mama

Startup busca ampliar o acesso à mamografia para meio milhão de mulheres utilizando inteligência artificial e exames de rotina.

O câncer de mama é o tipo mais incidente e também o mais letal entre mulheres no Brasil, e há muito a ser feito para mudar essa realidade. Em 2023, foram registrados 73.610 novos casos da doença, com uma taxa estimada de 66,64 casos por 100 mil mulheres, a maioria diagnosticada em estágios avançados, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Para combater esse cenário, uma startup brasileira desenvolveu uma solução de inteligência artificial capaz de identificar padrões associados a riscos aumentados para um  câncer de mama ativo no organismo, tudo a partir da análise de exames de rotina, como o hemograma.

Daniella Castro Araújo, PhD em Inteligência Artificial, e CTO da startup  Huna, explica que os exames de sangue tradicionais são analisados com base em parâmetros lineares e fixos, o que pode ser insuficiente para identificar doenças complexas como o câncer, que envolvem processos biológicos não lineares. “O uso de inteligência artificial nos permite identificar padrões complexos nas células sanguíneas associados ao câncer de mama com muito mais assertividade”, destaca Araújo.

A solução foi resultado de uma ampla pesquisa da startup, em colaboração com pesquisadores, médicos oncologistas e profissionais de saúde, e cujo resultado foi publicado recentemente na Nature Scientific Reports. O estudo analisou quase 400 mil hemogramas de mulheres entre 40 e 70 anos, coletados nos últimos 20 anos em oito estados brasileiros. A tecnologia identificou um grupo de pacientes com mais probabilidade de estarem com câncer, indicando que a ferramenta pode aprimorar a identificação de mulheres em maior risco e aumentar as chances de detecção precoce da doença.

O oncologista Pedro Henrique Araújo, diretor médico da Huna, enfatiza a importância da detecção em estágios iniciais para melhores resultados clínicos. “Diagnosticar o câncer precocemente tem um impacto direto nas taxas de sobrevivência, possibilitando tratamentos menos invasivos e menos dispendiosos para o sistema de saúde”, explica.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres brasileiras e a principal causa de óbito por câncer nesse grupo. Apesar de sua alta prevalência, o País ainda enfrenta desafios significativos na implementação de uma estratégia abrangente de rastreamento da doença. “Com esta solução, é possível priorizar mulheres com maior risco de câncer de mama — onde o tempo é um fator determinante para o sucesso do tratamento — otimizando a fila para a mamografia, exame crucial para o diagnóstico precoce, que quase 80% das mulheres brasileiras atualmente não acessam”, ressalta Daniella.

A tecnologia não visa substituir exames convencionais, mas sim criar um indicador de risco para o câncer de mama, realizando uma triagem otimizada das pacientes a partir de um exame rápido e acessível. Isso auxilia na otimização dos esforços e na alocação de recursos do sistema de saúde, direcionando-os para pacientes com maior risco.

Para saber mais, acesse: huna-ai.com