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Neurocovid
30% dos pacientes graves de Covid- 19 apresentam sintomas neurológicos
Depois desses meses todos, não cérebro. A segunda hipótese é pelo
há dúvidas que o Covid-19 afeta vários nervo do nariz, pois o Covid-19 acomete
órgãos do organismo, entre os quais o olfato e o paladar, de forma que o
o cérebro, podendo causar sintomas vírus poderia entrar em contato com
como tontura, dor de cabeça, perda o nervo do olfato presente no nariz
de memória, convulsão e até mesmo e invadir o cérebro através desse
AVC. Algo que vem sendo chamado caminho.
de Neurocovid. O neurologista Dr. Existe um estudo bastante atual
Saulo Nader ressalta a importância de realizado pela UNICAMP, o qual
entender melhor as sequelas dessa confirma que existe fragmentos do
doença: vírus nos astrócitos, células do nosso AVC e não tenham recuperado mais a de uma pessoa sofrer com Alzheimer,
“Pelo menos 30% dos pacientes cérebro, mostrando que de alguma parte do cérebro afetada”, explica Dr. uma vez que muitos pacientes estão
graves podem ter sintomas neurológicos, forma o vírus consegue se locomover e Dr. Saulo. apresentando perda de memória
sendo vários, principalmente a tontura: chegar até essa região. O médico, que é especialista em durante o quadro de coronavirus.
16% das pessoas com Covid-19 podem E as pessoas conseguem se tontura, enfatiza ainda que muitos Por enquanto, não existe nenhuma
apresentar esse sintoma. Dor de recuperar? “Na maioria das vezes indivíduos que não sofriam com comprovação acerca disso, uma vez
cabeça, confusão mental, problemas de sim, mas está acontecendo com uma “labirintite” ou vertigem, após o Covid que os estudos necessitam de observar
memória, sonolência, convulsão, sendo certa frequência o que chamamos de passaram a ser acometidos com esses os pacientes por um período maior
uma situação mais alarmante, acidente síndrome pós-covid, caracterizada problemas, podendo variar entre para que seja possível observar se há a
vascular cerebral (AVC) e trombose pela dificuldade que o indivíduo tem pequenas crises até casos mais severos. existência de sequelas. Mas fato já que,
venosa cerebral (TVC) foram relatados de passar os sintomas, sendo que em No entanto, ele ressalta que não é após o COVID, uma grande porcentagem
também”, ressalta o neurologista. alguns casos os sintomas não passam. para se desesperar, caso o paciente de pessoas apresentam problemas de
Como o vírus chega ao cérebro? Ou seja, algumas pessoas que antes não apresente algum desses problemas, desatenção, perda de concentração e
Segundo Nader, existem duas sofriam com dor de cabeça, após a covid como a labirintite, isso não o torna mais probleminhas de memória que antes
hipóteses. A primeira pelo sangue – o começaram a sentir esse incômodo e fragilizado ao adquirir Covid-19. não tinham”, finaliza Dr. Saulo Nader.
vírus contaminando o sangue também continuam sentindo com uma certa “Outra dúvida bastante frequente é andreafeliconio@gmail.com
contaminaria, secundariamente, o frequência, ou que tenham sofrido um se a Covid-19 pode aumentar as chances (11) 99144-9663
Estudo
Coronavírus: 26% das brasileiras perceberam alterações
no ciclo menstrual após serem infectadas
Ainda não está muito claro o ciclos diferentes após infecção participantes. Em Minas Gerais e alterações no ciclo menstrual. E
motivo pela qual os ciclos menstruais por coronavírus. E o Sergipe e o no Espírito Santo, o percentual o Mato Grosso é o estado com o
possam estar sendo afetados Amazonas são os estados em que é de 62%. Já no Rio de Janeiro menor percentual de mulheres que
após a infecção por coronavírus. menos entrevistadas perceberam e em São Paulo, 60% e 58%, perceberam alterações, com 49%
Porém, conforme constatou o diferenças, com 13% das mulheres. respectivamente, sofreram com das participantes.
Trocando Fraldas em seu mais Ademais, até mesmo as
recente estudo, 26% das brasileiras mulheres que não foram infectadas
que já foram infectadas pelo vírus, sentem os impactos, sendo que
perceberam alterações em seus pelo menos 50% delas perceberam
ciclos. Principalmente as mulheres alterações nos ciclos menstruais
dos 30 aos 34 anos, com 30% das desde que a pandemia começou.
entrevistadas; e dos 40 aos 44 anos, Sendo que, 13% observaram um
com 36% das participantes. aumento do fluxo menstrual. 24%
Os dados por estado tiveram a regularidade dos ciclos
demonstram que o Distrito Federal prejudicada, através de atrasos ou
é o estado em que mais mulheres não menstruação. E 18% sentiram ou
apresentaram alterações, com 64% estão sentindo mais cólicas.
das entrevistadas. Em São Paulo e Roraima é o estado em que
no Rio de Janeiro pelo menos 24% mais mulheres perceberam
das participantes perceberam seus essas alterações, com 75% das
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