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Entenda mais sobre os ataques cardíacos que podem ocorrem sem você perceber
De acordo com o Dr. Roberto Yano, o infarto silencioso pode ser tão perigoso quanto o infarto tradicional,
e quando não tratado adequadamente pode levar a sequelas graves e até a morte.
O infarto silencioso, também conhecido como e diabéticos, podem manifestar o infarto através de
infarto subclínico, é uma condição cardíaca grave, sintomas atípicos, como falta de ar, sudorese fria,
mas com sintomas que podem passar despercebidos. O sensação de desmaio, dor nas costas, dor na região do
infarto ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte estômago”, explica Dr. Roberto Yano.
do músculo cardíaco é interrompido, por oclusão de uma
artéria da coronária, resultando em danos ao músculo É possível prevenir um infarto silencioso?
cardíaco. “Sim. A prevenção do infarto silencioso é a mesma
Ao contrário do infarto tradicional, no qual o da prevenção do infarto tradicional. É importante
sintoma de dor no peito é evidente, o infarto silencioso realizar sempre os exames de rotina, manter todos os
ocorre sem apresentar sinais óbvios, o que pode torná-lo fatores de risco para infarto bem controlados, como a
perigoso, por dificultar que o paciente não procure ajuda pressão arterial, a glicemia, os níveis de colesterol e
médica em tempo hábil. triglicérides, evitar logicamente o tabagismo, fazer
Dr. Roberto Yano - cardiologista exercício físico regular, evitar o estresse, dormir bem, e
É possível identificar um infarto silencioso? do infarto silencioso é que seus sintomas podem ser se alimentar adequadamente”.
De acordo com o médico cardiologista Dr. Roberto facilmente confundidos com sintomas de estresse, “Por fim, pessoas com esses fatores de risco devem
Yano, apesar de ter sintomas pouco perceptíveis e ansiedade, cansaço, uma gastrite, entre outras causas”. estar especialmente atentas à saúde cardíaca e realizar os
atípicos, é possível identificar o infarto silencioso através “Não raro o paciente que está infartando pode ter exames regulares para detectar precocemente as doenças
de uma boa avaliação clínica e exames complementares. sintomas atípicos, ou seja, nem sempre chega com a dor do coração, ou melhor para evitar a ocorrência de
“Um dos maiores problemas na identificação precordial clássica. Principalmente mulheres, idosos quaisquer doenças cardíacas”, indica Dr. Roberto Yano.
Tecnologia Infecção
Inteligência Artificial Sepse mata mais que infarto e é
impulsiona a área da saúde desconhecida por 80% da população
Tecnologia auxilia profissionais da saúde no
diagnóstico precoce e monitoramento de doenças
Muito tem se debatido sobre como a inteligência artificial – ou,
simplesmente, IA – pode ser usada, com todo o seu potencial, em prol da
humanidade e ser aplicada nas mais diferentes áreas.
Na área da saúde, a Inteligência Artificial não é capaz de substituir
completamente o papel dos profissionais. A sua contribuição é voltada A incidência no Brasil é alta, segundo dados compilados pelo ILAS. Em 2017,
para o auxílio na otimização do tempo - seja na triagem inicial de foram registrados 430 mil casos em UTIs, com uma letalidade de 55%, ou seja,
pacientes ou na interpretação de diagnósticos - na detecção de padrões e 230 mil mortes. Não à toa, a sepse é hoje uma prioridade mundial de saúde, pois
na identificação de anomalias. A tecnologia é usada para ajudar médicos são registrados entre 47 milhões e 50 milhões de casos todos os anos, com uma
a fazerem diagnósticos mais precisos e precoces, possibilitando um letalidade elevada: 11 milhões de mortos, ou uma morte a cada 2,8 segundos.
encaminhamento mais rápido e eficaz para especialistas. Conhecida antigamente como infecção generalizada ou ainda como septicemia,
Segundo Andreza de Sousa Vieira, doutora em Ciência da Computação a sepse é uma resposta inadequada do próprio organismo contra uma infecção que
e coordenadora de cursos de pós-graduação da Unyleya, a IA vem se pode estar localizada em qualquer órgão. Essa resposta inadequada pode levar
ao mau funcionamento de um ou mais órgãos, com risco de morte quando não
destacando também na análise de dados clínicos, possibilitando a descoberta e tratada rapidamente. A infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral,
personalização de tratamentos e contribuindo para a prevenção de parasitária ou por protozoários.
doenças. “Mudar esse quadro depende de aumentar a percepção de leigos, profissionais
Além disso, a inteligência artificial pode ser aplicada na monitorização de saúde, políticos e formadores de opinião sobre o que é, como identificar e tratar
remota de pacientes, uma vez que dispositivos conectados conseguem a doença”, afirma a Dra. Flavia Machado, do ILAS. Também são prioridades do
ILAS, instituição sem fins lucrativos, fundada em 2005, aprofundar e difundir
coletar dados sobre os sinais vitais e demais informações relevantes, os conhecimentos sobre sepse e infecções graves, coordenar estudos clínicos e
transmitindo-os para os sistemas de análise de dados, em tempo real. epidemiológicos e apoiar instituições de saúde a melhorar a qualidade assistencial
Desta forma, problemas ou desvios dos padrões normais são identificados, dos pacientes com sepse e sobreviventes.
alertando os profissionais de saúde para uma intervenção imediata. “Ao longo dos últimos 18 anos, o ILAS treinou mais de 500 instituições
brasileiras. Se o público em geral souber um pouco mais sobre os sintomas, e os
profissionais sobre os protocolos, que ajudam a diagnosticar rápido a sepse e tomar a
melhor decisão clínica, conseguiremos ao menos mudar o desfecho dos casos cujas
mortes seriam evitáveis”, afirma a especialista.
O diagnóstico da sepse é feito com base na identificação do foco infeccioso e
na presença de sinais de mau funcionamento de órgãos. Não há exames específicos,
mas sim aqueles voltados para a identificação da presença de infecção, como um
hemograma, e para a identificação do foco, como radiografia de tórax, e exames de
urina.
É também importante a identificação do agente infeccioso, com coleta de
culturas de todos os sítios sob suspeita de infecção, mas principalmente do sangue.
Outros exames ajudam a identificar a presença de mau funcionamento dos órgãos,
principalmente o chamado lactato, que mostra se a oferta de oxigênio aos tecidos
está adequada.
(www.ilas.org.br; www.diamundialdasepse.com.br; e Youtube) (https://
reabilitasepse.com.br/ e Youtube).
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