SBAC REALIZA “O MAIOR CONGRESSO DE ANÁLISES CLÍNICAS DO PAÍS”

Ao celebrar a 50ª edição do seu Congresso, a SBAC promete reunir “os maiores especialistas e líderes do setor, promovendo a troca de conhecimento e inovação em análises clínicas”. O evento oferece a palestra Magna da cientista reconhecida mundialmente, Dra. Margareth Dalcomo, o Fórum Exclusivo para Proprietários de Laboratórios e discussões sobre gestão, inovação e tendências no setor.

Em entrevista exclusiva para o Labornews, o Dr. Marcos Fleury, vice-
presidente da SBAC e, há 11 anos, Coordenador da Comissão Cientifica do Congresso da entidade, destacou o peso da inteligência artificial para o trabalho nos laboratórios, as novidades e, principalmente, o crescimento do evento mais importante da SBAC.

Qual o tema principal do congresso e por que ele foi escolhido?

Este ano não escolhemos um tema central. Vamos abordar alguns assuntos que consideramos importantes no último ano. Um deles é a inovação na maneira de gerir o laboratório usando as ferramentas de gestão mais modernas, obviamente abordando, também a utilização da inteligência artificial. Outro assunto muito importante é a repercussão da nova RDC (Resolução da Diretoria Coletiva da Anvisa) e como os laboratórios estão lidando com a nova regulamentação sanitária que atinge, diretamente, o setor de análises clínicas. Este assunto será debatido com os órgãos competentes, a ANVISA, o Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde, que estarão presentes no Congresso.

Como a inteligência artificial (IA) poderá mudar os rumos das análises clínicas e quais as consequências boas e ruins nos laboratórios de pequeno, médio e grande porte?

Nós vamos ter um espaço especial no Congresso reservado para várias atividades sobre IA. Vão ser concentradas numa tarde a utilização direta nas análises clínicas e, também, na gestão e organização dos laboratórios, na liberação de resultados dentre outros. Debateremos como a IA pode ajudar o laboratório. Já existem vários equipamentos e programas de laboratório que utilizam IA para reconhecimento de células, análise de resultados, relacionamento entre dados laboratoriais e quadro clínico do paciente. E é preciso que o profissional das análises clínicas esteja atento, porque as mudanças e as novidades são muito frequentes em velocidade muito, muito intensa. O analista clínico precisa estar atualizado em relação às ferramentas que já estão disponíveis no mercado e que entenda que a IA está chegando para ajudar e não para substituir o profissional nas suas funções mais importantes.

A IA é uma ferramenta que pode ser utilizada para liberar o profissional do laboratório do trabalho maçante, repetitivo, por ex. a pesquisa de dados. E isso, a IA pode fazer com muita eficiência, deixando o profissional mais livre para atuar na interpretação direta de resultados, na avaliação de qualidade etc., trabalhos fundamentais para o bom funcionamento do laboratório que promovam a qualidade do serviço de análises clínicas. Este é um aspecto importante que a gente está reforçando: o profissional precisa conhecer a IA como uma ferramenta de auxílio e não como executora de nossas mais importantes tarefas.

Há o temor de que os novos profissionais não se interessem por algumas tarefas, pensando ‘para que eu vou aprender tal coisa se a inteligência já faz? Esse pensamento, na nossa maneira de ver, é perigoso e pode atrapalhar o desenvolvimento dos laboratórios nos próximos anos.

A SBAC chamou a Dra. Margareth Dalcolmo para o congresso, homenageando uma grande cientista. Como foi esta decisão?

A escolha da doutora Margareth ou o convite para a doutora Margareth foi baseado em sua carreira na área da saúde, na sua importância durante a pandemia, na clareza com que ela expõe os fatos e na sua paixão pelo ensino e, também por suas pesquisas e a divulgação de notícias que têm fundamento e base científica. Ela vai falar sobre epidemias, o tema da palestra magna do congresso, mostrando aspectos históricos de epidemias que já aconteceram no mundo, em particular a da covid, e como foram tratados.

Qual a expectativa com o congresso, o que pode destacar na grade de programação?

A grade, como sempre, é diversificada, ou seja, precisamos contemplar todas as áreas das análises clínicas, falar dos laboratórios como um todo na parte técnica e na parte administrativa. Existem, além das atividades técnicas, as de gestão e de controle de qualidade. Também teremos os assuntos regulatórios e legais, abordando temas fundamentais para o bom funcionamento dos laboratórios e para a tranquilidade dos coordenadores e dos responsáveis técnicos por esses serviços. A grade traz novidades do mercado, sem esquecer, obviamente, da lida diária do colega que está “na bancada do laboratório de análises clínicas”.

Como você analisa o crescimento do Congresso Brasileiro de Análises Clínicas?

Desde o congresso pós pandemia, de Fortaleza para cá, passando por Santa Catarina e por Natal, notamos, além da qualidade, o crescimento no volume de expositores e participantes.

Esse crescimento necessita de área de exposição maior que dos últimos congressos. O congresso de Campinas terá a maior área de exposição dos últimos 50 congressos da SBAC. Então, é muito, muito bacana!

Outras atividades científicas muito importantes: Workshop sobre autoimunidade com atividades e demonstração prática; A vinda da ADLM, maior associação de medicina laboratorial dos Estados Unidos, que reuniu 25.000 participantes e 700 expositores em seu congresso, uma atividade gigante. Eles se propuseram a participar do nosso congresso apresentando uma série de atividades, palestras, workshops sobre qualidade no laboratório, gestão laboratorial e análise de dados.

Enfim, realizaremos “o maior congresso de análises clínicas do país”.