Responsável pelo novo parque tecnológico de 10 mil metros quadrados na área da saúde diagnóstica e biotecnologia da holding formada pelas empresas GT Group, GT Group Farma, VIDA Biotecnologia, Renylab e DiagFast, Henrique Almada Soares Neves, CEO do grupo, é o entrevistado da LaborNews desta edição. Almada, que mantém o legado da família iniciado há 13 anos pela GT Group, explica que a ideia da nova sedelocalizada em Belo Horizonte, com investimentos que ultrapassam a casa dos 30 milhões de reais, surgiu graças ao crescimento exponencial das empresas do grupo nos últimos anos e ao previsto para os próximos. Somente nos últimos três anos, elas cresceram mais de 750%, elevando o faturamento anual mesmo com a queda de preços dos produtos para a Covid-19. “Podemos dizer que fizemos bem a lição de casa e hoje estamos saindo dessa pandemia muito maiores e melhores do que entramos”.
César Hernandes
Henrique Almada Soares Neves
LaborNews – Como aconteceu o processo de união de quatro empresas atuantes no ramo laboratorial?
Henrique – É um processo ainda em andamento, pois estamos redesenhando e aprimorando-o. A ideia é unir o ponto forte de cada uma, com a complementação de produtos existentes junto ao novo parque fabril que construímos, melhorando processos produtivos e otimizando rendimento geral do grupo.
LaborNews – Com tantas empresas no grupo, como foi a divisão de responsabilidades? Existe a possibilidade de abrir para novos sócios no futuro, visando crescimento?
Henrique – Estamos mudando o organograma das empresas para criar um organograma geral do grupo e trabalhando em outras negociações estratégicas com o foco em adquirir outras empresas que tenham sinergia e portifólio complementares ao nosso. Em todas as empresas temos sócios atuantes e em cada negociação avaliamos a permanência ou não do mesmo, de acordo com o bem comum da empresa e do grupo.
LaborNews – Por que o novo complexo fica em Belo Horizonte? É possível atender todo o país?
Henrique – Primeiramente, porque somos de Belo Horizonte e temos outros negócios em Minas Gerais; segundo, porque é mais fácil e rápido achar mão de obra qualificada para as empresas na capital mineira. Mas é importante ressaltar que não temos empresas somente em Belo Horizonte. GT Group, VIDA, Conceito e a fábrica de máscaras estão em Belo Horizonte. Já a Renylab está situada no interior do estado, em Barbacena. A DiagFast, localizada em Sorocaba, em São Paulo.
LaborNews – Os produtos são importados? Como a situação política e econômica do país influencia nos negócios do grupo?
Henrique – Nossas empresas trabalham com diversos produtos e fornecedores no Brasil e no exterior; alguns nacionais e, outros, importados. Entretanto, na questão fabril a maioria das matérias primas são importadas, pois visam manter a qualidade. A situação política do país fez o ano começar bastante desafiador, com bolsas caindo, dólar subindo e juros com tendências de alta. E isso impactará diretamente nos custos de importação e empréstimo, elevando os preços dos produtos no mercado.
LaborNews – O grupo atua no exterior? Se não, quando vocês iniciarão exportações?
Henrique – Exportação é um dos nossos maiores focos de vendas e de expansão de negócios nesses próximos anos. O grupo já exporta para 11 países diferentes e mensalmente fecha com novos parceiros. Já temos a marcação ISO e estamos conseguindo, também, outros dois certificados importantes: o FDA (Exportar para os Estados Unidos) e o CE (Certificado Europeu).
LaborNews – Qual a importância da chegada da Renylab? O que ela vai agregar ao grupo?
Henrique – Com a chegada da Renylab, o grupo passou a ter novos produtos complementares aos atuais, podendo oferecer aos clientes e parceiros um maior portifólio de soluções. A Renylab possibilitará atuar em outros mercados, como fábricas cervejeiras, de alimentação e cosméticos.
LaborNews – A pandemia da Covid-19 colocou o universo laboratorial em um grande desafio. Como as empresas do grupo responderam a essa alta na demanda por produtos?
Henrique – As empresas do grupo souberam aproveitar as oportunidades durante a pandemia. Além de ter sido um dos primeiros a trazer o teste para o Brasil, o grupo está entre aqueles que mais venderam produtos nesses últimos anos, muito em função da sua penetração no mercado, tradição e por possuir um dos maiores portfólios do mercado. A s empresas cresceram, em média, mais de 750% nos últimos três anos, mantendo e/ou elevando o faturamento anual mesmo com a queda de preços dos EPI’s e dos produtos para a Covid-19. Podemos dizer que fizemos bem a lição de casa e hoje estamos saindo dessa pandemia muito maiores e melhores do que entramos.
LaborNews – Os autotestes já são uma realidade no país. Quais são as próximas novidades que chegarão ao mercado brasileiro? Henrique – O autoteste e os testes rápidos, com resultados em até 15 minutos, passaram a ser mais conhecidos ao longo da pandemia. Eles são de extrema importância para o diagnóstico rápido e preciso, permitindo ao profissional da área de saúde tomar decisões mais eficientes, como o isolamento e a prescrição de medicamentos.