2022 ficou para trás. O ano que passou será marcado pela eleição presidencial mais acirrada da história recente da democracia brasileira, pela derrota da PSDB ao Governo do Estado de São Paulo, após 28 anos de gestão tucana, o ano em que a seleção brasileira de futebol não conseguiu trazer o hexacampeonato, pela morte de artistas e personalidades de primeira grandeza, como Gal Costa, Erasmo Carlos, Elza Soares, Milton Gonçalves, Claudia Jimenez, Rolando Boldrin, o rei do futebol, Pelé, a jogadora de vôlei Isabel e a rainha Elizabeth II. Somamos a essas perdas outras milhares de vidas ceifadas pela Covid-19 – e lamentamos por todas elas.
Para o SindHosp foi um ano intenso, de muito trabalho, mas vou me ater, nesse artigo, a duas iniciativas que permearam nossas atividades durante todo 2022. Logo no início do ano, um workshop com 22 lideranças de todas as áreas da saúde foi responsável por validar o conteúdo da Proposta Saúde São Paulo. Com as 10 propostas que compõem o documento validadas e reunidas em uma publicação, os principais candidatos ao Governo do Estado de São Paulo estiveram na sede do Sindicato para falar sobre saúde e conhecer o conteúdo da Proposta. Além de aproximar o SindHosp e seus representados do futuro governador, pudemos conhecer, em primeira mão, o que nossas autoridades pensam sobre o setor.
Em setembro, foi a vez dos responsáveis pelos planos de governo dos candidatos a governador participarem do Seminário Folha de S. Paulo – SindHosp, ocasião em que questões cruciais para a melhoria da saúde da população puderam ser exploradas. A Proposta Saúde SP também foi enviada para todos os deputados federais e senadores por São Paulo, deputados estaduais, secretários municipais de saúde, entidades do setor, Ministério da Saúde, Secretarias de Estado, membros do Conselho Estadual, ANS, entre outros. Enfim, foi um projeto que demandou várias reuniões, eventos, pesquisas e entrevistas durante todo o ano. Para mais informações ou para fazer o download da Proposta, basta acessar www.sindhosp.org.br.
Sobre a Covid-19, o SindHosp lançou, em janeiro, a publicação “Uma análise da pandemia no Estado de São Paulo”, que apresenta um raio X da evolução da crise sanitária através das pesquisas realizadas pelo Sindicato junto aos hospitais privados paulistas – também disponível em nosso site. Lamentavelmente, o número de casos e mortes subiu consideravelmente no decorrer de janeiro e fevereiro, atingindo o pico de 893 mortes por Covid-19 no país em 12 de fevereiro. Com isso, o SindHosp continuou aplicando pesquisas junto aos hospitais durante todo o ano, mostrando a queda sucessiva dos casos e internações.
Infelizmente, levantamento recente do SindHosp (de 1 a 10 de dezembro) com 87 hospitais privados paulistas, mostra que 95% dos pesquisados relatam aumento no atendimento de pacientes com suspeita de Covid-19. A pesquisa também revela que o atendimento predominante nos hospitais continua sendo o de pacientes com Covid-19, que representa 55% da assistência prestada. Em novembro representava 49%. Felizmente, por conta das vacinas, as internações por Covid-19 cresceram menos em dezembro, quando comparadas a novembro. Nas internações em UTI, 65% dos entrevistados relatam aumento de até 5%, mesmo percentual registrado nas internações clínicas em 71,4% dos hospitais. Apesar do aumento no número de casos, eles evoluem sem gravidade.
O grande trunfo de 2022, sem sombra de dúvidas, foi o regresso para a vida em sociedade, após dois anos intensos de pandemia. Na feira Hospitalar, que retornou ao seu formato presencial, o SindHosp teve uma atuação intensa. Lançamos oficialmente a publicação Proposta Saúde São Paulo em almoço, com a presença do governador Rodrigo Garcia. No estande do Sindicato, um coquetel reuniu os representados e lideranças do setor em torno da Proposta, ainda organizamos uma rodada de negócios e tivemos participação ativa em vários eventos que aconteceram simultaneamente à exposição.
Não podemos nunca esquecer que a vacinação contra a Covid-19 é o que permite que, hoje, possamos frequentar academias, restaurantes, bares, cinemas, teatros e outros locais de convívio social. Contudo, devido ao aumento no número de casos, é importante que a população continue com as medidas de proteção sanitária, ou seja, usando máscaras, álcool 70º e lavando as mãos com frequência.Quero desejar um feliz final de ano a todos e que, em 2023, a saúde seja prioridade de todas as esferas de governo para que possamos alcançar o tão almejado desenvolvimento socioeconômico com mais justiça social.