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UNESP                                                                                      Por: Jorge Marinho e Rui Seabra Ferreira Junior
         Unesp lidera o desenvolvimento de nanocorpos contra a Covid-19


                                                  desenvolvimento e inovação permitirá a produção de
                                                  anticorpos  candidatos  para  a  imediata  realização  de
                                                  ensaios clínicos durante a pandemia de Covid-19, tanto
                                                  para  tratamento  quanto  para  profilaxia.  Além  disso,
                                                  o  domínio  e  a  geração  desta  tecnologia  permitirão
                                                  a implantação de uma plataforma de produção de
                                                  anticorpos recombinantes em dois grandes laboratórios
                                                  públicos brasileiros que produzem medicamentos para
                                                  o Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Rui Seabra Ferreira
                                                  Junior, coordenador da equipe e professor/pesquisador
                                                  do Cevap-Unesp.
       Sede do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos   “(O  projeto)  Contribuirá  também  para  o
       da Unesp, no campus de Botucatu            estabelecimento de uma nova linha de pesquisa e   candidatos  serão  realizados  já  no  primeiro  ano  do
          O Centro de Estudos de Venenos e Animais   desenvolvimento na Unesp, alinhada aos objetivos   projeto e os ensaios clínicos de segurança e de ajuste
       Peçonhentos da Unesp (Cevap), localizado no   da  futura  Fábrica  de  Amostras  de  Medicamentos   de dose ocorrerão no segundo ano da pesquisa.
       câmpus de Botucatu, uniu-se ao Instituto Biológico   Biológicos para Pesquisa Clínica da Unesp, em início   Ao   usar   a   estratégia   de   cooperação
       de  São  Paulo,  à  Organização  Pan-Americana  da   de construção em Botucatu”, afirma o pesquisador.  multidisciplinar  e  multi-institucional,  que  mescla
       Saúde (OPAS), ao Instituto Vital Brazil, à Fundação   Os nanocorpos serão produzidos em camelídeos   capacidades  acadêmicas  e  técnicas  de  produção
       Ezequiel Dias e a empresas farmacêuticas   (camelos, lhamas, alpacas, vicunhas e guanacos) que,   industrial,  acrescidas  da  terceirização  de
       brasileiras e americanas para desenvolver   ao serem desafiados pelo novo coronavirus, fabricam   algumas  etapas  do  projeto,  diminuiremos  custos,
       tratamento inovador baseado em nanocorpos para   anticorpos  de  baixa  massa  molecular,  mas  com   aumentaremos  a  reprodutibilidade  e  a  qualidade
       o combate à Covid-19 em pacientes infectados.  elevada capacidade neutralizante. Estas características   e  ainda  conseguiremos  desenvolver  um  protótipo
          Nanocorpos  são  seres  vivos  microscópicos   permitem que a porção de interesse seja copiada para   candidato em menos tempo, que atenda às exigências
       do tamanho de um nanômetro, o equivalente à   produção escalonável em laboratório.     da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
       bilionésima parte de um metro.                Segundo  o  coordenador  da  equipe,  os  ensaios   para o início dos ensaios clínicos”. Rui Seabra Ferreira
          “A realização deste projeto translacional de pesquisa,   pré-clínicos  visando  à  preparação  de  protótipos   Junior, pesquisador Cevap-Unesp

           Artigo               * Dra. Lilian Arruda
         Vitórias decisivas contra o
       câncer de mama metastático

          A aprovação de dois novos tratamentos por parte
        da agência reguladora de medicamentos dos Estados
        Unidos,  a  Food  and  Drug  Administration  (FDA),
        demonstra o avanço da ciência para uma nova era de
        medicina contra o câncer mamário.
          Tratam-se de medicamentos que se mostraram
        muito eficazes contra o câncer de mama metastático,
        mesmo  para  aqueles  pacientes  que  já  realizaram
        outros tratamentos.
          No  dia  17  de  abril  o  tucatinib  foi  aprovado  em
        associação  a  outros  dois  medicamentos,  utilizados
        rotineiramente para o tratamento do câncer de mama
        tipo Her-2 positivo, o trastuzumabe e a capecitabina.
        A combinação dessas três drogas mostrou-se eficaz
        no tratamento de pacientes  portadoras de doença
        metastática, inclusos os que estejam com metástase
        cerebral.
          Os estudos mostraram que o grupo de pacientes
        que  utilizou  a  combinação  das  três  drogas  teve
        redução de 34% do risco de morte quando comparado
        ao grupo que utilizou o tratamento convencional.
          Já o medicamento sacituzumab  govitecan-hziy
        aprovado no dia 20 de abril, para câncer de mama
        metastático  chamado  triplo  negativo,  é  fruto  de
        uma aprovação acelerada da droga baseada nas
        taxas  de  resposta  apresentadas  pelos  participantes
        nas  duas  etapas  iniciais  dos  estudos.  Esse  tipo  de
        tumor, quando metastático e já tratado com outros
        regimes de drogas é considerado uma condição grave
        e carente de opções de tratamento.
          É  importante  destacar  que  o  FDA  concede
        aprovação  antecipada  e acelerada  de drogas
        inovadoras quando apresentam bons  resultados  na
        primeira e na segunda fase de testes para doenças em
        que não há opções terapêuticas equivalentes.
          Contudo, essa aprovação  não revoga a
        necessidade dos testes comparativos que devem ser
        feitos na sequência. Nesse cenário, a molécula deve
        seguir  sob  aprovação  contínua  e  fica  condicionada
        à  comprovação  dos  benefícios  clínicos  nos  estudos
        confirmatórios  da  fase  três  e,  portanto,  após  o
        medicamento chegar ao mercado.
          As pesquisas clínicas têm obtido vitórias decisivas
        contra o câncer e o FDA tem tido papel importante na
        regulação de drogas que se mostram com resultados
        altamente  significativos  e  clinicamente  importantes
        para a sobrevida dos pacientes. Por ora, apenas nos
        Estados  Unidos  o medicamento está autorizado  a
        seguir para os próximos passos até a comercialização.
          *  Dra. Lilian Arruda,  mestre  em oncologista,
        pesquisadora  e coordenadora  médica do  Centro de
        Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia.
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