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SBPC/ML, SBI e SBPT
Evento reuniu grandes especialistas da saúde para falar
sobre o presente e o futuro da pandemia no Brasil
O Dr. Granato explicou a dinâmica de uma
pesquisa feita pelo Fleury. Sobre os resultados, ele
mencionou que foram avaliadas 5.772 pessoas há
um ano. Na época, se fazia o teste da Roche, que
surgiu ao longo do tempo, e ele era positivo contra
o Spike e essas pessoas além de darem o seu
material respondiam a um questionário. Dessas,
1.518 diziam que foram vacinadas - 85% com a
CoronaVac e 15% Astrazeneca. As respostas foram:
7,75% negativas (<20% neutralização), 15,12% (20 a
30% de neutralização indeterminadas) e 77,13% (>
35%) positivas para neutralização do vírus.
A conclusão é que a sorologia tem muito pouco
espaço na patologia clínica do dia a dia. Além
disso é bem difícil de detectar, pois há testes que
detectam de maneiras diferentes. Isso é difícil
porque o paciente vê e quer o teste e o profissional
não vai deixar de fazer. Porém, é preciso bastante
técnica para interpretar o resultado.
Um tema que despertou bastante o interesse
dos presentes foi “Outros vírus respiratórios no
contexto da pandemia por SARS-CoV, proferido
pela Dra. Nancy Bellei, médica infectologista e
Presidente SBPC/ML Fábio Brazão, Annelise Correa Lopes, Diretora de Comunicação e MKT, membro da International Society of Influenza
Leonardo Vasconcellos, diretor de ensino; Gustavo Bruniera, diretor administrativo-financeiro; and Other Respiratories Diseases. Ela disse que
Andre Mario Doi, diretor científico e Álvaro Pulchinelli, vice-presidente da SBPC/ML
nós temos no Sistema Único de Saúde (SUS), um
No último dia 21 de maio a Sociedade Brasileira Segundo ele, no Brasil, há um grande número de pessoal técnico estruturado na saúde e que temos
de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ sublinhagens, de acordo com a Fiocruz. um Brasil diferente da América Latina – o País é
ML), em parceria com a Sociedade Brasileira Sobre a eficácia das vacinas, o médico ressaltou estruturado no que diz respeito ao vírus Influenza,
de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de que “com duas doses de CoronaVac e Astrazeneca deu conta do H1N1 e que fez o pode e o que não
Pneumonia e Tisiologia (SBPT) e patrocínio da para o combate à Gama, elas foram eficazes. Na pode na pandemia da covid-19.
empresa americana de diagnósticos moleculares sexta-feira (20/5), um segundo trabalho comparou No Hospital São Paulo – Unifesp, testavam-se
Cepheid, promoveram o Encontro de Sociedades que, quando era adicionada a terceira dose de todos os pacientes para SARS-CoV-2 e, se negativo,
Médicas. O presidente da SBPC/ML, Dr. Fábio CoronaVac, Astrazeneca e Pfizer, as respostas para Influenza e Vírus Sincicial, em especial para
Brazão, deu as boas-vindas aos presentes no vacinais foram muito semelhantes para o combate crianças. “O Influenza praticamente desapareceu,
primeiro evento presencial da entidade. da Alfa Delta e Gama”. A revista Nature mencionou mas na semana de 14 de novembro, uma gestante
O Dr. João Renato Rebello Pinho, membro que as vacinas são eficazes para a Ômicron, mas teve SARS-CoV-2 negativo e um serviço de vigilância
titular da SBPC/ML e diretor do Laboratório de não por muito tempo. Outras publicações também de Guarulhos a testou para influenza e teve o
Biologia Molecular, Divisão Laboratório Central dizem que a eficácia para a Ômicron é menor e que primeiro caso positivo”.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina uma quarta dose pode durar por mais algum tempo.
da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), fez Sobre os “Testes Moleculares para Detecção
a primeira palestra com o tema “Evolução do do SARS CoV-2: Diferentes Técnicas e Plataformas.
SARS-CoV-2: epidemiologia das variantes no Quando e Como aplicar?”, o Dr. José Eduardo
mundo”, durante a qual falou dos primeiros casos Levi, membro efetivo da SBPC/ML e coordenador
descobertos no Brasil e a situação atual, momento de Pesquisa e Desenvolvimento dos Laboratórios
em que a mortalidade não está crescendo tanto DASA, explicou que quando se fala de testes
como se não tivessem as vacinas. moleculares, pauta-se praticamente de RT-PCR
Ele explicou que “por ser um vírus RNA, tem positivo. A sorologia contribuiu muito pouco no
uma capacidade muito grande de mutação e a diagnóstico de pessoas com a covid-19. “O Nosso
grande questão dessas mutações é que levam as trabalho foi recomendar a sorologia em casos
variantes de preocupação, então quando surge uma específicos, mas o diagnóstico basicamente é feito Palestra com as doutoras Marinês Dalla Valle Martino
e Nancy Bellei
nova notam-se mutações genéticas que trocam as com teste molecular ou de antígeno. O molecular
características do vírus e apresentam riscos futuro”. tem a janela com pessoas assintomáticas e com “É preciso ter cuidado com os testes rápidos
dias determinados de contatos com positivados; e alguns com uma sensibilidade ruim. Em
em certas situações, até com meses positivados”. determinadas situações, o paciente só tinha
Sobre os “Marcadores sorológicos da covid-19 Influenza A, fez outro teste e apontou que ele tinha
– aplicabilidade dos testes e novos marcadores”, o covid-19 e influenza A e B, o que jamais poderia
Dr. Celso Granato, diretor Clínico do Grupo Fleury e acontecer. Em outro diagnóstico, uma criança foi
profº livre docente da Escola Paulista de Medicina positivada com covid-19 por um teste rápido, mas
(UNIFESP), mencionou que a falta de reagente foi no teste exato ele estava com dengue, não com
uma complicação. “No laboratório Fleury, como covid-19”, alerta.
eram atendidos muitos pacientes de hospitais, a ideia Sobre os outros vírus, a Dra. Nancy disse que,
era priorizar os que estavam na Unidade de Terapia nos EUA, principalmente Rinovírus e o Adenovírus
Intensiva (UTI). Nós guardamos o soro dessas tiveram aumento de casos na volta às aulas, com
pessoas, mas quando foi possível acessar mais a observação de diferente agressividade. Casos de
reagentes começamos a fazer exames de pacientes bronquiolite por vírus sincicial respiratório foram
assintomáticos e a sorologia dos sintomáticos. Os observados o ano inteiro Brasil.
testes em UTI tiveram um desempenho fantástico, Diversos vírus respiratórios apresentaram
pois a doença estava em curso. Quanto mais graves padrões diferentes neste período pandêmico e
os pacientes, mais altos os níveis de anticorpos. irão influenciar nas ocorrências futuras. Neste
Quando testados os pacientes com baixa momento, a vigilância das síndromes respiratórias
Fábio Brazão, presidente SBPC/ML e intensidade clínica, percebeu-se que os testes não e a testagem diagnostica serão fundamentais.
Wilson Shcolnik, Dir. de Relação Institucional eram tão bons assim”, explicou. (continua na pág 40)
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