Mesmo com o panorama desafiador enfrentado nos últimos dois anos, o setor de medicina diagnóstica continuou investindo em novas tecnologias e em formas de atendimento para ofertar soluções de diagnóstico laboratorial e de imagem, acelerar ainda mais a transformação digital, a automação de processos, a utilização das tecnologias de inteligência artificial, internet das coisas, entre tantas outras, sempre visando fornecer serviços de excelência que contribuem para o melhor cuidado da saúde.
Desde o início da pandemia, o setor atuou no desenvolvimento de testes moleculares recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os exames de imagem, como as tomografias computadorizadas, também foram essenciais para diagnosticar e monitorar casos mais graves que implicaram insuficiência respiratória, com outros exames laboratoriais. Continuamente, inúmeras ações foram realizadas para aprimorar os métodos diagnósticos e facilitar o acesso à população brasileira.
A cooperação dos diversos agentes foi essencial para o avanço e a consolidação das medidas necessárias ao enfrentamento da crise.
As perspectivas para 2022 é que aqueles que deixaram de cuidar da saúde durante a pandemia voltem de forma gradativa às consultas e colocarão seus exames em dia.
O Painel Abramed 2021 — o DNA do Diagnóstico traz que cerca de 177 milhões de exames complementares deixaram de ser realizados na saúde suplementar em 2020 em decorrência da pandemia.
Muitas pessoas que não resistiram à covid-19 eram portadoras de doenças crônicas não tratadas.
Com isso, a população aprendeu a importância de se cuidar, para estar mais segura sobre a própria saúde.
O cenário é bastante desafiador, afinal, é preciso assistir essa população. A vacinação trouxe benefícios e queremos implantar um ritmo para que a saúde seja uma pauta para todos os brasileiros.
Com o envelhecimento da população, estão surgindo novos movimentos para valorizar a prevenção e a promoção à saúde, como a medicina personalizada. Vale lembrar que a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais aumenta a cada ano e de forma acelerada, principalmente nos países menos desenvolvidos. Há movimentos empresariais acontecendo, como novas incorporações, aquisições, fusões. A área de medicina diagnóstica no Brasil vem acompanhando o movimento mundial e acredito que ela possa dar as respostas que o sistema de saúde precisa.
Sem dúvida, o futuro da saúde está diretamente ligado à prevenção e à promoção da saúde e também à saúde populacional. Através da tecnologia, conseguimos identificar segmentos de pessoas propensas a algumas doenças, possibilitando programar e planejar intervenções para evitar que se instalem ou se descontrolem.
Também é preciso cuidar das pessoas que já têm doenças identificadas, sobretudo crônicas, que exigem tratamentos prolongados. Os exames de diagnóstico por imagem e laboratoriais possibilitam ao médico gerenciar tratamentos, identificando mudanças de rumo terapêutico, às vezes tão necessárias.
Outro tema presente na área de saúde e na medicina diagnóstica que ganha cada vez mais espaço, é o ESG ( Environmental, social and corporate governance ), sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa. Esse conceito amplia o olhar da sustentabilidade para eixos diferentes, extrapolando as questões relacionadas ao meio ambiente e envolvendo ações que impactem positivamente a vida das pessoas de diversas maneiras e com diversas frentes. A geração de resíduos na realização dos exames é um dos assuntos que merecem atenção dentro desse conceito.
Vários laboratórios já vêm adotando práticas de sustentabilidade há alguns anos. A Abramed, inclusive, criou o Comitê de ESG, que atuará em três pilares: benchmarking para trazer para os associados as melhores práticas; geração de conteúdo; e projetos aplicados, que consistem nas iniciativas que serão abraçadas pela entidade nessa área.
Mais um destaque quando se fala em perspectivas no setor é o diagnóstico assistido por inteligência artificial, que pode considerar todas as evidências médicas disponíveis, identificar patologias com exatidão e fornecer atendimento personalizado, melhorando os resultados do tratamento frente à existência de inúmeros dados em saúde, ainda pouco explorados.
Os softwares de inteligência artificial conseguem incorporar o histórico familiar, fatores de risco e resultados de diversos exames para
auxiliar no diagnóstico de inúmeras doenças. São inúmeras as oportunidades que essa tecnologia aplicada na área de medicina diagnóstica, como já vem acontecendo, pode trazer ao paciente e ao sistema de saúde.
E com a telemedicina, uma realidade necessária na assistência à saúde da população mundial, que supera barreiras em regiões com infraestrutura limitada no acesso dos serviços de saúde, a expectativa é que os procedimentos online sejam mais baratos que os presenciais, o que pode resultar na redução dos custos em saúde e evitar os desperdícios. Nesse sentido, diversas tecnologias estão em desenvolvimento para atender às necessidades de pacientes, médicos e outros profissionais de saúde.
Com a chegada do 5G e o avanço da tecnologia, o país vai ter mais condição de, por meio de telemedicina, fazer a medicina chegar a locais mais distantes e isso impactará também laboratórios clínicos e clínicas de diagnóstico de imagem.
Mesmo diante desse cenário, ainda há desafios para se alcançar o pleno potencial da assistência remota. Entre eles, a necessidade de integração de dados entre os atores do sistema de saúde e das atividades virtuais e rotinas de trabalho dos médicos no cotidiano, para possibilitar modelos de atendimento híbridos e o alinhamento dos incentivos para o trabalho virtual baseado em valor. Vamos em direção a um futuro promissor!