Desde o final de 2019, início de 2020, vimos assistindo, inicialmente na China e, posteriormente, em países europeus, o surgimento de casos da COVID-19 e suas consequências. Um exército formado por cientistas, especialistas, pesquisadores e profissionais da saúde no mundo todo foi o responsável por identificar o vírus e desenvolver vacinas, inclusive no Brasil, onde a ciência é facilmente confundida pelos leigos como uma “disciplina”, uma área qualquer.
Fomos fortes, vigilantes e, atentos, buscamos formas de minimizar o contágio, com sucessivos estudos e compartilhando informações. A mídia de nosso país, sempre tão menosprezada, realizou junto à saúde um papel fundamental na conscientização da população brasileira.
Vivemos (e, infelizmente, ainda sentimos) a pandemia. Mudamos hábitos, ampliamos o olhar para as transmissões, mutações e tudo o que cerca esse novo coronavírus.
Como profissionais da saúde, especialmente os que estiveram na chamada “linha de frente” no enfrentamento da doença, em hospitais e postos de saúde, experimentamos uma realidade dolorosa e desafiadora. Temerosos, soubemos dar as mãos e superar os momentos mais difíceis do contágio. Faltavam as vacinas.
E com a intensificação de estudos nacionais e internacionais, em tempo recorde, apresentou-se ao mundo uma forma de preservar vidas, minimizar dores e as consequências de tão avassalador vírus: as vacinas.
Nossos profissionais também foram destaque nas pesquisas, especialmente no sequenciamento genético dos vírus, e mais recentemente nas campanhas de imunização por todo o país. Muito nos orgulha ter acompanhado de perto e feito parte de toda essa evolução na ciência.
Porém, mesmo vulneráveis ao contágio, muitos parecem ainda não ter entendido que a mensagem é uma só: é preciso acreditar na ciência, confiar em especialistas e seguir as recomendações. Taí o ressurgimento de doenças dadas como erradicadas no Brasil.
Antecipando-se às previsões, em dezembro do ano passado o surto de gripe chegou ao país. O vírus Influenza era “aguardado’ para o final deste mês, com a campanha de vacinação prevista para abril. A gripe pode ser menos letal, mas também é responsável por casos graves e mortes. E dados de 2021 indicam que somente 72% das pessoas se vacinaram, quando o esperado eram cerca de 90%. Em algumas localidades, o índice de imunizados contra a gripe não passou de 50%. É pouco!
O que quero destacar é que os vírus continuam circulando e, ainda que em menor medida, daqui para a frente vamos conviver anualmente com o Sars-CoV-2 e suas mutações, o Influenza, o H3N2… enfim, não há como preservar vidas e evitar contágios sem a população estar atenta à vacinação. Todos precisam entender a parcela de responsabilidade que possuem.A pandemia da COVID-19 levou crianças e adultos, parou o nosso e tantos outros países, aumentou a pobreza, a desigualdade social, e trouxe sérios danos à economia mundial. Na área da saúde, retardou diagnósticos, cirurgias e tratamentos de toda uma população. Na educação, foi responsável por impactar o desenvolvimento de crianças e jovens. A formação profissional também se viu prejudicada… São muitas as perdas para considerar. Não podemos ignorar os fatos em nome de crenças e falsas notícias. Vamos fazer a nossa parte: vacine-se!