enters for Disease Control and Prevention.
Fungal Diseases. Cryptococcosis http://www.cdc.gov/fungal/cryptococcosis-neoformans
Cryptococcosis (European Blastomycosis; Torulosis). Sanjay G. Revankar, MD, Wayne State University School of Medicine. Last full review/revision Apr 2021.
O texto ressalta a importância da criptococose, que é uma infecção fúngica cosmopolita de elevada letalidade e morbidade. As espécies Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii são as mais importantes nas infecções causadas por fezes de pombos urbanos. Está entre as doenças fúngicas negligenciadas de maior impacto, quando relacionadas a pessoas com baixa imunidade e/ou imunocompetentes, principalmente com a AIDS. A importância de um diagnóstico rápido e preciso em conjunto com medidas preventivas, podem minimizar o desenvolvimento de meningites ou agravamento de infecções pulmonares.
Cryptococcus é um fungo que se encontra no solo, em madeira em decomposição, detritos de vegetais, tronco oco de árvores entre outros; estando presente no mundo inteiro. Este fungo é uma levedura encapsulada com 37 espécies identificadas, das quais apenas duas são de maior relevância por causar infecção – Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii . A criptococose , que é a denominação da infecção causa por estas leveduras, têm como características uma cápsula composta por polissacarídeo, que apresenta espessura variável; a cápsula é fina e pequena em ambiente natural, enquanto em tecidos infectados torna-se espessa. Os maiores fatores de virulência do C. neoformans e gattii são os polissacarídeos da cápsula e sua capacidade de crescimento a 37⁰C, que possibilitam sua maior disseminação em habitats naturais incluindo os urbanos.
A infecção é feita por inalação, porém nem sempre após a inalação se desenvolve a doença, pois existe uma resistência natural ao fungo. Quando ocorre o desenvolvimento da criptococose, esta desenvolve-se primariamente nos pulmões e pode ser disseminada para a pele, as terminações de ossos longos, juntas, fígado, baço, rins, próstata, entre outros tecidos. São raros os casos de infecção primária na pele, porém podem ocorrer.
A criptococose é uma micose de caráter sistêmico, que atinge humanos e animais, geralmente que estejam com baixa imunidade. Em animais é mais frequentemente encontrada em gatos, mas há relatos em bovinos, cães, furões, porquinhos-da-índia, cavalos, ovelhas, cabras e porcos. Os sinais da doença variam de acordo com a parte do corpo afetada. A criptococose pode causar as mesmas doenças respiratórias (pulmões), lesões cutâneas ou infecção do sistema nervoso (cérebro) ou olhos, encontradas em humanos. Os sinais em animais podem incluir espirros, fungadelas, secreção nasal, problemas nos olhos, mudança de comportamento, depressão, desorientação, convulsões e dificuldades de locomoção. Em bovinos e caprinos, pode causar mastite, e essa infecção no úbere também é provocada por bactérias.
Em humanos a espécie C. neoformans tem caráter oportunista e é a principal causadora de meningoencefalite e morte em indivíduos imunodeprimidos, como portadores da AIDS. No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde, sendo encontrada em todo o mundo. A C. gattii afeta crianças e jovens sem evidências de imunodepressão aparente, podendo causar também meningite, tendo um comportamento endêmico de zonas tropicais e subtropicais. Apesar das divergências entre essas duas espécies, ambas podem ocorrer isoladamente ou simultaneamente em um só habitat natural.
A criptococose em humanos está entre as infecções fúngicas emergentes de significativa letalidade e morbidade, principalmente sob forma de meningoencefalite, que geralmente é secundária a processos cutâneos ou pulmonares, seja em indivíduos imunodeprimidos ou imunocompetentes.
Após a contaminação por inalação, a partir dos pulmões, estes podem disseminar pelo organismo e os sintomas observados incluem febre, tosse com sangue e dor no peito. Podem ocorrer problemas visuais, confusão ou alterações comportamentais se o cérebro for infectado. Se a infecção chegar ao cérebro e meninges, pode causar microscópicas lesões intracerebrais, sendo este tipo de meningite curável. Os sintomas da meningite incluem: dor de cabeça, febre, dor no pescoço, náuseas e vômitos, sensibilidade à luz e estado mental alterado (variando de confusão a coma). Cabe lembrar que a meningite pode ser causada também por bactérias, vírus e outros tipos de fungos.
Por ter carácter oportunista, além de atingir aidéticos, pode também se desenvolver em transplantados, pessoas com cirrose e atualmente já foi encontrada em pacientes com SARS-CoV-2. O contágio entre humanos é raro, porém houve casos de transplante de córnea contaminada, provocando endoftalmite criptocócica.
O convívio com aves livres em ambiente urbano, no qual a higiene é precária, em galpões e edifícios abandonados, a disseminação da criptococose pode ser um problema sério de saúde pública. Os procedimentos de higiene individuas, felizmente difundido pela pandemia da covid 19, a saber, uso de máscaras, higienização das mãos com álcool em locais públicos, vem contribuindo para evitar os problemas de saúde que a criptococose produz.
O diagnóstico médico é feito por anamnese e radiografias pulmonares para a detecção de focos de infecção, porém exames histopatológicos, testes bioquímicos também podem ser utilizados. O uso da técnica da PCR (Reação em cadeia da Polimerase) é uma das técnicas mais utilizadas devido a maior sensibilidade e especificidade, superiores à cultura e ao exame direto. Lembrando que a parede da levedura se espessa durante a infecção, esta dificulta a extração do DNA fúngico, em vista deste fato, um diagnóstico seguro requer laboratórios confiáveis em análises fúngicas.
Referências: Serão fornecidas, quando solicitadas.
Traduzido, livremente, por Regina Affonso