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Opinião


                    Unidos pela vida, brasileiros vão à luta contra câncer

                                            e doenças cardiovasculares

                                                                           Temos a responsabilidade de contribuir permanentemente para a melhoria das
                                                                        políticas públicas, normativas e regulamentações que envolvem a saúde no Brasil.
                          Fernando Silveira Filho                       Afinal,  conforme  se  reiterou  em  distintas  manifestações  no  ato  de  lançamento  do
                          Presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria   Unidos pela Vida, em 22 de março, o combate  às doenças cardiovasculares e ao
                          de Tecnologia para Saúde (ABIMED)  www.abimed.org.br  câncer, as duas principais causas de morte no País, está ligado à adoção, ao acesso e
                                                                        ao uso adequado e racional de tecnologias avançadas.
                          presidencia@abimed.org.br                        Trata-se também de uma atitude de responsabilidade social, pois saúde é tudo
                                                                        na vida das pessoas. Esse é o aprendizado que tivemos após o período dramático da
                                                                        pandemia, quando levamos em conta os números sobre o câncer e as enfermidades
                                                                        cardiovasculares. A covid-19 gerou um gargalo no atendimento às demais doenças,
           A instituição do movimento  Unidos pela Vida, formado por frentes   com o adiamento de cirurgias eletivas, exames e outros procedimentos.
        parlamentares e entidades da sociedade civil, é um passo importante na   Quanto às ações do Unidos pela Vida, será implementado, inicialmente, o Café
        luta  contra  as  doenças  cardiovasculares  e  o  câncer,  que  matam  a  cada  ano,   com Saúde. Serão reuniões matinais, a cada 15 dias, para prover os congressistas
        respectivamente, 400 mil e cerca de 230 mil pessoas em nosso país, segundo   de instrumentos, informações e dados necessários aos debates e à construção de
        dados oficiais. Assim, é muito importante uma ampla mobilização em favor da   proposições legislativas afeitas às temáticas da três Frentes Parlamentares ao longo
        prevenção, do diagnóstico precoce, tratamento adequado e reabilitação para as   de seus mandatos. Além disso, será uma oportunidade para enfatizar as necessidades
        duas enfermidades.                                              da sociedade na perspectiva da indústria de equipamentos e dispositivos médicos,
           É exatamente esse o propósito da iniciativa – um esforço conjunto no sentido   dos serviços de atendimento e, principalmente, das carências e anseios dos pacientes.
        de contribuir para o debate e a proposição de projetos no Congresso Nacional. O   O segundo conjunto de ações, denominado Cores pela Vida, tem como objetivo
        movimento une três frentes parlamentares: em Prol da Luta contra o Câncer; em Prol   aplicar o tema de cada mês de acordo com a simbologia de seu respectivo matiz, como
        do Combate às Doenças Cardiovasculares; e em Prol da Saúde 4.0 e do Acesso ao Uso   o Setembro Vermelho, destinado à conscientização sobre os necessários cuidados com
        Racional de Equipamentos e Dispositivos Médicos (FPMedTec).     a saúde cardiovascular. Já o terceiro conjunto tem como proposta de ações a realização
           A  ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de  Tecnologia  para Saúde),   de audiências públicas e seminários com representantes do Poder Executivo e atores
        representando diversas associadas do setor e em aliança  com o Instituto Lado a   da sociedade civil, etapa denominada Saúde em Frente, que contará com a realização
        Lado pela Vida, assumiu o compromisso de secretariar e dar apoio ao movimento.   de atividades tanto em Brasília, quanto em outras cidades do país. Também estão
        Entendemos  que  a  participação  voluntária  de  nossa  entidade  seja  significativa  e   previstas reuniões extraordinárias com as frentes parlamentares.
        pertinente,  considerando  a importância  do acesso da população  a instrumentos  e    O movimento Unidos pela Vida é uma iniciativa oportuna e consistente no
        metodologias de prevenção, ao diagnóstico laboratorial e por imagens, aos tratamentos   combate às doenças cardiovasculares e ao câncer e, além de suas ações específicas,
        diversos e à reabilitação proporcionados por equipamentos e dispositivos médicos   tem o condão de catalisar e fomentar outras iniciativas, sejam estas advindas dos
        com as mais avançadas tecnologias.                              poderes públicos ou da sociedade civil.



         Pioneirismo                                                                          corpo. Recentemente, uma fábrica brasileira começou
                                                                                              a produzir a barra com titânio. Ela é curva e moldada
                                                                                              conforme a deformidade de cada paciente, mas o titânio
                                                                                              é um material sem contraindicações, já que é livre de
                                                                                              níquel e de outros metais que podem provocar problemas
                                                                                              no organismo, como alergias. O material é retirado após
                                                                                              dois anos da cirurgia”, complementa Ogawa.
                                                                                                 Novo material, novas esperanças - A cirurgia de
                                                                                              Nuss, realizada no Hospital Marcelino Champagnat,
                                                                                              durou  cerca  de  quatro  horas.  O  ineditismo  do
                                                                                              procedimento  ficou  por  conta  do  material  utilizado
                                                                                              - titânio -, que praticamente elimina a possibilidade
                                                                                              de deslocamento das barras metálicas e proporciona
                                                                                              resultado anatômico de correção melhor.
                                                                                                 O cirurgião  torácico  do Incor (Instituto  do
                                                                                              Coração), Miguel  Tedde, participou  da cirurgia de
            Técnica cirúrgica com material pioneiro no Brasil foi realizada no Hospital Marcelino Champagnat   Luiz Henrique e do desenvolvimento do novo material
            Médicos brasileiros desenvolvem novo                                              utilizado na técnica. Inicialmente, foram testados seis
                                                                                              modelos  diferentes  da  barra  -  a  tradicional,  que  é
                   material para cirurgia torácica                                            importada, e outras cinco com pequenas inovações,
                                                                                              desenvolvidas em uma parceria com uma empresa do
         Alternativa de titânio é mais segura que o aço e garante mais qualidade de vida a pacientes com   interior paulista. “O aço foi trocado por titânio e o
       problema congênito; cirurgia pioneira foi realizada no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba  serrilhado que existia para ajustar o fio de aço passou
          Um afundamento assimétrico no tórax quando o   no pico de desenvolvimento do corpo, entre 8 e 14   a ser desnecessário, o que deve facilitar a retirada da
                                                                                              barra. Outra novidade incorporada aqui no Brasil é
       adolescente  Luiz  Henrique  Baggio  tinha  oito  anos   anos, e pode causar problemas  cardiovasculares  e   a chamada técnica sanduíche: em vez de uma única
       acendeu  o sinal  de alerta  da mãe Ana Júlia  Melo.   psicológicos,  já  que  a  deformidade  no  peito  fica   barra de metal  empurrando o esterno para fora,
       “Além do incômodo estético, bateu uma preocupação   acentuada na fase de crescimento e de formação da   utilizamos duas. Uma fica embaixo e a outra por cima
       muito  grande  sobre  quais  problemas  de  saúde  esse   personalidade.               desse osso e ambas estão ligadas entre si, eliminando
       ‘buraco’ poderia  acarretar. Depois de  consultas   Segundo o cirurgião torácico do Hospital Marcelino   a possibilidade de deslocamento”, conta Tedde.
       com  especialistas veio  o  diagnóstico:  Luiz  tinha   Champagnat,  Gustavo  Higa  Ogawa,  que  acompanha   Novos planos - Após quinze dias da realização
       um problema  congênito  conhecido como pectus   o caso do Luiz há quatro anos, além da deformidade,   da cirurgia, Luiz Henrique já sentiu que a respiração
       excavatum”, recorda a mãe.                 o problema causava dor torácica, cansaço excessivo e   melhorou consideravelmente e agora está esperando a
          Estima-se que uma a cada 200 pessoas no Brasil   palpitação. “Optamos pela cirurgia só agora porque, com   liberação para voltar a jogar basquete com os amigos,
       convive com essa condição, também conhecida como   15 anos, ele já está com a caixa torácica mais desenvolvida,   uma das suas paixões. “Antes, ele se sentia muito
       “peito  de  sapateiro”,  que  é  provocada  quando  as   e surgiram novas técnicas cirúrgicas e novos materiais da   cansado durante os jogos, além do constrangimento
       cartilagens  do tórax  crescem  demais  e provocam  o   barra utilizada para posicionar o esterno”, explica. “Até o   de tirar a camisa na frente dos outros. Agora, tudo isso
       afundamento do esterno entre as costelas, deixando   ano passado, o único material disponível para a cirurgia   vai ficar no passado”, comemora Ana Julia.
       uma  cavidade  que  compromete  a  estética  do  tórax.   de Nuss, era importado e feito de aço, o que podia trazer   www.centralpress.com.br
       Mais comum em meninos, ela costuma se manifestar   complicações pelo deslocamento da barra metálica no
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