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Opinião
Malária e a relação com doença falciforme, talassemia e a cor da pele
a) As Talassemias, foram identificadas em povos que estão na área do
Mediterrâneo, em que existe população de pele clara.
Dra. Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD b) A Doença Falciforme, foi descrita em regiões da África, onde existe
Hematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBA população de pele negra.
mlpnascimento@uol.com.br Após as mobilizações humanas para diversas regiões do globo terrestre,
os Genes da Falcemia e da Talassemia, estão presentes em diversas regiões
geográficas, independente da cor da Pele.
As pesquisas científicas, confirmam que as presenças dos Genes da Falcemia
e da Talassemia podem conferir um certo grau de proteção contra a Malária,
naqueles que são clinicamente assintomáticos para anemias, mas que apresentam
Estudos científicos do Genoma Humano vem mostrando evidências de que o Traço de Falcemia ou Hb AS (os heterozigotos) e ou a Talassemia Minor (Th
durante milhões de anos as adaptações a Malária, fez surgir alterações nas minor). Esta proteção dá uma vantagem para a sobrevivência seletiva de não
Hemácias, que se tornaram modificações genéticas e hereditárias. contrair Malária naquelas regiões onde a Malária têm alta frequência (1, 2, 3, 4).
As principais doenças das Hemácias, em que os indivíduos apresentam Referências
1) Santos TG, Santos TD, Dantos Junior NN, et al. Origem da Relação entre Malária e Anemia
resistência em contrair a Malária são: presença de determinadas hemoglobinopatias Falciforme. Id on Line Rev. Psic. V.16, 61, p. 128-140, Julho 2022
que geram anemias genéticas, tais como: Hemoglobina S (Traço Falciforme, Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Consulta em 25 / 01 / 2023.
2) Modiano, David et al. The lower susceptibility to Plasmpdium falciparum malaria of Fulani
Anemia Falciforme, Hemoglobinopatia SC), Talassemias (Minor, Intermédia e of Burkina Faso (West Africa) is associated with low frequencies of classic malaria-resistance
Major), Deficiência de G6PD (Glicose 6 Fosfato Desidrogenase) esta é uma enzima genes. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 95, n. 2, p. 149- 152,
situada no interior das Hemácias. 2001.
3) Hebbel RP. Sickle hemoglobin instability: a mechanism for malarial protection. Redox
As variações sofridas no gene da Hemoglobina, não estiveram na dependência report, v. 8, n. 5, p. 238-240, 2003.
do “tipo de Cor da Pele” (pessoas negras e ou brancas), mas sim na dependência 4) Harp KO. et al. Analysis of clinical presentation, hematological factors, self-reported bed
das regiões onde a Malária era endêmica, haja visto que: net usage, and malaria burden in sickle cell disease patients. EClinicalMedicine, v. 39, p. 1-9, 2021.
Alerta
Consumo elevado de café deve ser evitado por hipertensos
Quem não gosta de uma boa xícara de café? Há consumo de café pode estar relacionado a um aumento
alguns que gostam tanto que acabam tomando doses do risco de mortalidade por problemas cardiovasculares
excessivas da bebida ao longo do dia. O café pode ter naqueles que já possuem mais risco, principalmente
efeitos muito positivos na promoção da saúde, já que nos casos de hipertensão grave, mas serve para alertar
ajuda a melhorar o humor, o foco e o estado de alerta, principalmente se o indivíduo precisa de quatro, cinco
mas precisa ser consumido com parcimônia por alguns ou seis xícaras de café por dia. Isso é um sinal de que ele
indivíduos. deve estar dormindo mal. “A qualidade do sono, com sua
De acordo com Gleison Guimarães, médico profundidade, continuidade e regularidade adequadas
especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade somados a um tempo total entre sete e nove horas durante
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a dose a noite, precisa oferecer o que nenhuma substância
e o tempo fazem o veneno quando se trata de cafeína. estimulante extra, precisa te ofertar”, aleta o especialista.
“Novos dados indicam que tomar duas ou mais xícaras O estudo também serve para apoiar a afirmação
de café por dia pode dobrar o risco de mortalidade de que o excesso de café, além de impactar a saúde
quando se trata de pessoas com pressão alta. Por outro cardiovascular, também a gastrointestinal, pode ainda
lado, tomar apenas uma xícara por dia ainda reduz o Dr. Gleison Guimarães, médico especialista em Pneumologia mais atrapalhar a continuidade e o sono mais profundo,
risco”, explica. num looping que as pessoas bebem café para ficar
O especialista conta que um estudo recente observou também mostrou que, no caso do chá verde, não houve acordadas de dia e pelo excesso e não respeitar o limite
mulheres e homens japoneses entre 40 e 79 anos por cerca associação a um risco aumentado de mortalidade por de 15 horas para a última xícara. Esses, não dormem bem
de 18 anos. Entre os que tinham hipertensão de grau 2 a DCV em nenhuma categoria”, relata o médico. também por isso. Sabemos, porém, que são necessárias
grau 3, notou-se que, entre os que bebiam duas ou mais Ele afirma, porém, que é preciso considerar algumas mais pesquisas para confirmar os efeitos do consumo
xícaras diariamente, houve o dobro de mortalidade por limitações do estudo. “Entre elas, é preciso entender que entre pessoas com e sem hipertensão arterial”, conclui.
doença cardiovascular (DCV). “Por outro lado, esse o consumo de café ou chá verde foi autorreferido, de
risco não foi constatado em pessoas com pressão arterial forma que pode haver relatos falsos”, diz. Para mais informações, acesse https://
normal ou com hipertensão de grau 1. O mesmo estudo De forma geral, porém, a indicação é que o elevado drgleisonguimaraes.com.br/
Pesquisa
54% dos médicos realizam teleconsultas no Brasil, aponta pesquisa
Pesquisa realizada pelo Research Center, digital de gestão clínica e prontuário eletrônico da confiável.
núcleo de pesquisa da Afya, maior ecossistema de Afya, denominada iClinic, realizaram quase 115 mil “A Afya é uma empresa que acompanha toda
educação em saúde e healthtechs do Brasil, revela teleconsultas e mais de 2 milhões de prescrições digitais. a jornada do médico desde a sua formação até o
que 54% dos médicos especialistas de consultórios “É interessante observar que o médico se encontra auge da carreira e acredita que pode ser cada vez
e clínicas realizam teleconsultas, uma modalidade cada vez mais digitalizado e a utilização de recursos parceira destes profissionais, dando todo o suporte
de consulta médica feita a distância por meio tecnológicos já é uma realidade dentro de consultórios necessário para a prática médica”, reforça Moura.
de recursos tecnológicos. Além disso, 76,7% dos e clínicas pelo Brasil, além de fazer parte da rotina Metodologia - O Research Center realizou o
entrevistados utilizam softwares/plataformas de de aperfeiçoamento e educação continuada deste estudo “Comportamento Digital do Médico” com
prontuário eletrônico e gestão do consultório; 67,9%, grupo”, afirma Eduardo Moura, médico, co-fundador 1.064 médicos especialistas de consultórios e clínicas.
ferramentas de suporte à decisão clínica; e 67,5%, da PEBMED e diretor de pesquisa do Research Center. Com amostragem nacional e método quantitativo,
plataformas de prescrição digital. O executivo reforça que além do consumo de foi elaborado a partir de pesquisa transversal,
O estudo “Comportamento Digital do Médico” conteúdo em diferentes formatos, o médico preza utilizando um questionário online estruturado como
trouxe também dados sobre as formas de atualização cada vez mais pela qualidade e pluralidade dos temas. instrumento de coleta. O recrutamento foi feito por
dos médicos: 73,3% dos médicos responderam que se Em relação às características mais valorizadas nos meio digital a partir das plataformas Whitebook,
atualizam por meio de congressos e eventos médicos; conteúdos de atualização, 54% dos entrevistados iClinic, RX PRO, Cardiopapers, Glic, Portal PEBMED e
65%, com cursos online; 61,8%, com artigos científicos; consideram o nível de evidência em que se baseia o da base de médicos da Afya.
e 51,7%, com revistas da sociedade da especialidade em conteúdo; 48,4% consideram a relevância para a prática A condução da pesquisa aconteceu entre os dias
que atua. Destes, 50,3% se atualizam semanalmente; em que atua; 47,5% consideram o quanto o conteúdo 22/08/2022 e 26/09/2022. A amostra apresenta um nível
31,5%, diariamente; e 17,2%, mensalmente. está atualizado em relação à prática atual; e 42,9% de confiança de 95% com margem de erro de 2,9 pontos
Em 2022, os médicos que utilizam a solução consideram se a fonte em que obteve o conteúdo é percentuais. ativacao.saude@inpresspni.com.br
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