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Opinião

                                    Histopatologia e Biologia Molecular

                                  no Diagnóstico de Infecções Fúngicas

                        Giannina Ricci, PhD
                        Doutorado realizado através do convênio CAPES/DAAD entre o Instituto de Medicina Tropical, Universidade de Tübingen, Alemanha e o
                        Departamento de Patologia (UNIFESP).
                        Pós-doutorado na Disciplina de Infectologia, Departamento de Medicina– Laboratório Especial de Micologia (LEMI), UNIFESP.
                        Diretora Executiva do Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Biologia Molecular Dr. Ivo Ricci
                        info@biomolricci.com
           Em 1999, Phil Quirke & Nic Mapstone escreveram o artigo “The New Biology:   Cryptococcus  (mucina  e  melanina)  e  fungos  demáceos  que  podem  não  produzir
        Histopathology” no periódico Lancet   onde  fizeram  reflexões  acerca  do  futuro   pigmento abundante (melanina).  A comunicação  entre clínicos e patologistas
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        da histopatologia.  Os autores escreveram  que a nova biologia  abrangeria  “uma   é inestimável para definir os casos em que as colorações de GMS, PAS, Fontana-
        combinação  de  novos dados genômicos  e  proteômicos,  avanços  na análise  (por   Masson ou Mucicarmim podem ser úteis para destacar a presença de fungos .
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        exemplo, matrizes de ácidos nucleicos), computação, bioinformática e novos métodos   Lamentavelmente,  a histopatologia não pode fornecer o gênero e/ou espécie
        de microscopia e localização de sinal”. Nesse período, o projeto genoma já havia   fúngica,  que  são  muito  importantes  para  o  tratamento2.  Para  evitar  erros  de
        começado (1989) e foi finalizado em 2003. Desde então muitos progressos foram   classificação, os patologistas devem descrever os elementos fúngicos observados na
        feitos. Podemos afirmar que o avanço da biologia molecular com suas técnicas não   amostra, em outras palavras, se a morfologia do fungo é levedura ou hifa (ou ambas,
        excluiu o uso da histopatologia na rotina diária dos laboratórios e hospitais, mas se   como na infecção por fungos dimórficos) e o diâmetro da levedura ou da hifa. Eles
        tornou uma grande aliada que preenche os espaços onde não é possível chegar através   devem observar o tipo de brotamento da levedura - estreita ou larga, ou fissão e abster-
        das técnicas histopatológicas. Um ponto que vale a pena mencionar está relacionado   se de tentar oferecer um diagnóstico específico, vale lembrar que há poucos casos em
        ao custo dos exames com base nas técnicas moleculares. Certamente, no início, tais   que as características morfológicas são específicas. Dessa forma, microbiologistas,
        técnicas apresentavam um custo substancialmente elevado frente às histopatológicas.   patologistas e clínicos precisam estar cientes das limitações do diagnóstico tecidual,
        Com o passar dos anos, porém, houve uma diminuição que tem tornado a biologia   das armadilhas do diagnóstico morfológico e dos testes que podem ser realizados com
        molecular atraente.                                             tecidos e outras amostras para obter diagnósticos específicos .
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           Vale salientar que desde então, novas técnicas, aparelhos, insumos e protocolos   Nos  últimos anos, houve um aumento do emprego da biologia molecular,
        foram se tornando mais modernos e mais fáceis de manipular e, por conseguinte, houve   principalmente com técnicas de reação em cadeia da polimerase (PCR), na detecção
        uma melhora no campo da biologia molecular. E por outro lado, as universidades   de DNA fúngico em tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina (FFPE).
        foram introduzindo cursos, tanto na graduação como na pós-graduação, com o intuito   O tecido FFPE não é a amostra de escolha, como descrito acima, mas muitas vezes
        de formar profissionais com tais habilidades.                   é a única amostra que se pode obter do paciente. Já se optar por amostras obtidas de
           No âmbito das infecções fúngicas, a histopatologia tem um papel importante no   tecidos frescos em solução salina estéril (0,9%),  estas demonstram uma sensibilidade
        diagnóstico, já que muitas vezes é a primeira ou única amostra de uma lesão e a   para a detecção de fungos por PCR de 97%, enquanto a do material embebido em
        demonstração de fungos no tecido, além de confirmar a infecção e excluir colonização,   parafina é de apenas 68%, uma vez que o DNA fúngico extraído de espécimes FFPE
        portanto o exame histopatológico representa uma abordagem rápida e econômica ao   pode estar degradado e em baixa concentração, e muitas vezes contém substâncias
        fornecer um diagnóstico presuntivo ou definitivo de infecção fúngica invasiva.  que inibem a digestão de proteínas ou a amplificação do DNA .
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           Geralmente, as infecções fúngicas apresentam morfologias diversas nos tecidos,   De qualquer maneira, apesar das limitações, a biologia molecular pode ser útil para
        como hifas, esporos ou leveduras em brotamento, ou seja, quando houver suspeita de   o diagnóstico de infecções fúngicas, no qual a microscopia é negativa, em conjunto
        presença de fungo mesmo que a coloração de Hematoxilina & Eosina (H&E) não seja   com outros testes laboratoriais,  dessa forma  quando houver suspeita  de infecções
        reveladora, o emprego de colorações padrão para fungos (coloração de metenamina   por patógenos de difícil cultivo, o emprego de técnicas moleculares justifica a sua
        de prata de Grocott - GMS; ou coloração Ácido Periódico-Schiff – PAS) deve ser   aplicação, em particular, em centros com patógenos fúngicos emergentes envolvidos
        recomendado. Além  disso, as colorações  de  mucina  (Mucicarmim  de  Mayer)  ou   em infecções fúngicas invasivas .
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        melanina  (Fontana-Masson)  podem  ser  extremamente  úteis  para  identificação  de   Bibliografia. As referências bibliográficas serão enviadas, quando solicitadas.



               exames
             Anvisa libera venda de dispositivo israelense para exames físicos

            A Anvisa aprovou no final do ano passado a comercialização de um   manuseio, oferece uma experiência amigável e permite a coleta de dados
          dispositivo inédito no Brasil, que irá simplificar, agilizar e democratizar   clinicamente  validados.  O  aparelho será  comercializado  no Brasil  pela
          os atendimentos assistenciais, a um baixo custo. Trata-se do N9, um   eizik – empresa fruto da joint venture entre a techtools health e a IL
          aparelho para exames físicos remotos não invasivo, produzido pela   Health – via um plano de assinatura mensal. A plataforma do N9 permite,
          empresa israelense Nonagon. Amplamente comercializado em Israel,   também, a integração com diversos sistemas de mercado no modelo de
          nos  EUA  e  em  diversos  países  da  Europa,  o  N9  é  compacto  e  de  fácil   negócio white label.
                 Nihon Kohden Brasil inaugura sede própria em Indaiatuba



                                                                           A multinacional japonesa com mais de 7 décadas de existência e presente no Brasil
                                                                        há mais de 50 anos, identificou a necessidade ampliar e conquistar novos negócios
                                                                        e decidiu buscar um novo local, fora de São Paulo. Em 22 de novembro de 2022, a
                                                                        NIHON KOHDEN BRASIL inaugurou sua sede em Indaiatuba e contou com uma
                                                                        cerimônia simbólica com o Presidente/CEO Global, Hirokazu Ogino.
                                                                           A  localização  se  tornou  um  dos  pilares  dessa  mudança  já  que  a  empresa  é
                                                                        consolidada  em  todo  o  interior  de  São  Paulo  nos  vários  segmentos  de  atuação.
                                                                        Especificamente, a cidade de Indaiatuba se tornou uma excelente escolha já que está
                                                                        localizada  estrategicamente  entre  Campinas  e  Sorocaba. Além  disso, possui acesso
                                                                        direto às principais rodovias do estado, em grande privilégio no interior paulista, dentre
                                                                        elas, as rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Castelo Branco.
                                                                           Ela será base para todas as operações a nível nacional, facilitará o crescimento das
                                                                        operações, desempenho dos negócios, melhorará as vendas e os lucros regionais.
                                                                           Opte pela melhor solução para o seu laboratório!
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