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Opinião

DR. CARLOS EDUARDO DOS SANTOS FERREIRA
Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para o biênio
2020-2021
Gerente Médico do Departamento de Patologia Clínica. Laboratório Clínico - Sociedade
Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Coordenador Médico do Setor de Imunoquímica do Laboratório Central do Hospital São
Paulo - Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal São Paulo (EPM/UNIFESP)
presidente@sbpc.org.br
Heráclito: “a única coisa que não muda é que tudo muda”

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o Ao assumir a presidência do biênio personalizada e participatória.
mais inteligente, mas o que melhor se adapta 2020/2021, tinha me preparado para Já em fevereiro, tivemos que alterar todo
às mudanças”: a frase atribuída ao velho uma série de desafios. A maioria deles nosso rumo que tínhamos traçado e focar no
Charles Darwin nunca fez tanto sentido. O relacionados à integração entre as diferentes que seria o maior enfrentamento global de
novo coronavírus mudou a vida de todos. Mas, áreas do diagnóstico, ao uso da tecnologia uma doença, adaptando os testes existentes
para a patologia clínica, as mudanças foram cada vez mais frequente e à uma medicina para o SARS-CoV-2, implementando padrões
especialmente profundas. voltada aos 4 Ps: preditiva, preventiva, de qualidade, definição de estratégias de
mapeamento da população, ampliando
capacidade de produção, tudo em meio a um
aumento exponencial de demanda dos testes
para coronavírus, a uma guerra comercial
global, que nos deixava em desvantagem, as
longas horas de trabalho e ainda o impacto da
doença nas equipes laboratoriais, que assim
como todos os profissionais de saúde também
estavam expostos na linha de frente.
Foram muitos desafios vencidos. Mas
principalmente, foram muitos aprendizados. Nos
adaptamos, nos reinventamos e conseguimos
colocar a patologia clínica o protagonismo que
sempre lhe coube, demonstrando a importância
do diagnóstico para todos. “Testar, testar e
testar”, foi o mantra da OMS repetido por todos,
inclusive população leiga.
Escrevo este texto em meio ao “1°
Congresso Virtual da SBPC/ML – O
laboratório Clínico agregando valor na
pandemia do novo coronavírus”, que o
sucesso é uma clara demonstração em
como nos adaptamos ao novo, adaptando
os nossos encontros para o virtual, mas
também na capacidade de trazer um
conteúdo riquíssimo e de qualidade.
Um exemplo disso foi o sucesso da palestra
da noite de abertura “A pandemia da COVID
19: como tudo começou e porque o vírus se
espalhou pelo mundo?”, feita pela Dra. Nancy
Cristina Junqueira Bellei, professora afiliada,
pesquisadora e médica da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp e consultora
científica tanto do Ministério da Saúde como da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
para pandemia de Coronavirus.
Em meio a uma série de evidências e
fatos científicos, a professora conclui que a
sociedade ainda terá que aprender a conviver
com os vírus da família coronavírus. Pois
as chances de um novo coronavírus são
enormes. Já existem hoje 2 coronavírus de
morcego que estão sendo estudados pelos
chineses nesse momento e que estão sendo
considerados pré-pandêmicos.
É consenso de muitos estudiosos que
vamos precisar aprender a conviver com esta
nova realidade, o que significa que alguns
hábitos de higiene e talvez o uso da máscara
vieram para ficar. Mas isso significa também
que vamos precisar cada vez mais de testes e
monitoramento. Pois saber mapear o risco é
fundamental para combater o vírus e qualquer
doença.
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