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“Quem sobrevive não é o mais forte e nem o mais inteligente, mas o que melhor adapta-se”

Foto: arquivo do Instituto Osvaldo Cruz

Marilda Siqueira é virologista, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo

do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Ficoruz)

Chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz

(IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira é virologista e atua principalmente com vírus respiratórios, como Sarampo, Rubéola, Influenza, Coronavírus e Vírus Sincicial Respiratório. Membro de vários Comitês e Grupos de Trabalho do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela explica ao LaborNews a atuação fundamental do laboratório desde antes do início da pandemia de SARS-CoV-2, colaborando com os países das Américas, na troca de conhecimento e tecnologias. A especialista aborda o avanço dos estudos genômicos do vírus no país e explica os motivos da queda da cobertura vacinal da população, o que contribui para o ressurgimento de doenças como o Sarampo. A virologista diz ainda que espera do comportamento brasileiro em relação às doenças respiratórias daqui pra frente e para isso utiliza a famosa frase do naturalista e biólogo britânico Charles Darwin: “Quem sobrevive não é o mais forte e nem o mais inteligente, mas o que melhor adapta-se”

César Hernandes

LaborNews – Como é o trabalho do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)?

Dra Marilda – O nosso laboratório trabalha há décadas com o Ministério da Saúde e com a OMS [Organização Mundial de Saúde] pois somos referência em Influenza (vírus da Gripe), Sarampo, Rubéola e agora também em SARS-CoV-2. Desenvolvemos há muito tempo estudos e planos de trabalho, estratégias, cooperando com essas instituições no sentido de melhorar a qualidade da saúde pública no nosso país. Como somos referência para estas doenças na América do Sul, trabalhamos também com à OPAS [Organização Pan-Americana da Saúde] em estratégias para o enfrentamento de pandemias, como o da Influenza H1-N1, de 2009. Dentro deste trabalho, temos como objetivo fornecer dados e informações sobre a variabilidade genômica destes vírus, treinar profissionais do sistema de saúde pública nacional e das Américas. Também colaboramos com Bio-Manguinhos, que é a unidade produtora de vacinas e imunobiológicos e de kits de diagnóstico da Fiocruz e do Ministério da Saúde, no desenvolvimento de kits para detecção de vírus e, naturalmente, participamos de estudos sobre vários aspectos sobre as doenças e da efetividade das vacinas.

LaborNews – Isso ajudou o país quando apareceu o SARS-CoV-2. Certo?

Dra Marilda – Quando a OMS anunciou o alastramento do novo coronavírus, entramos em alerta total. Dentro dessas redes de laboratório coordenadas pelo Ministério da Saúde e das redes de laboratórios da OMS, começamos a trocar e-mails e reuniões para fazer uma preparação. Um mês após o anúncio do novo vírus em janeiro de 2020, já estávamos no nosso laboratório dando um curso sobre a metodologia de PCR em tempo real para o diagnóstico de SARS-CoV-2 para nove países da América Latina. Essa é uma atividade que fazemos com frequência, colaborando com a OPAS. No início de março de 2020, a Fiocruz já estava produzindo kits para o diagnóstico de SARS-CoV-2 e, coordenados pelo Ministério da Saúde, participamos e treinamos os 27 LACEN’s Laboratórios Centrais de Saúde Pública – existe um em cada estado brasileiro. Essas atividades são feitas com frequência, e faz parte do trabalho de um laboratório de referência.

LaborNews – Mas a partir do SARS-CoV-2 esse ritmo aumentou…

Dra Marilda – Nosso dia a dia mudou drasticamente. Trabalhamos todos os dias nos primeiros meses até altas horas, inclusive nos finais de semana, e continuamos trabalhando muito. Nós já vínhamos desenvolvendo atividades de estudos genômicos dos vírus Influenza e do Sarampo há décadas e, com o SARS-CoV-2, propomos junto à Vice-Presidência de Pesquisa da Fiocruz a organização de uma rede de sequenciamento genômico para responder às questões de possíveis variantes do vírus para atender o Ministério da Saúde, uma vez que isso pode influenciar na composição de vacinas, no sistema vacinal e em kits testes de diagnóstico. Além de participar com o Ministério da Saúde e a OMS, estamos em vários projetos de pesquisas, como colaboradores, ou como autores principais, dentro da própria Fiocruz e com vários laboratórios de outras instituições e outras universidades do Brasil.

LaborNews – O último dia 11 de março foi marcado pelos dois anos do início da pandemia da Covid-19 após a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS). O mundo já se livrou da pandemia? Caso contrário, o que ainda falta?

Dra. Marilda – Nós não nos livramos da pandemia, o mundo não se livrou. Neste momento alguns países da Europa apresentam aumento de casos, mas felizmente, não acompanhado de hospitalizações na mesma proporção, e isso é um avanço enorme. A África também está com muitos casos, a China tem diversas regiões com aumento, portanto não podemos, neste momento, achar que estamos livres do vírus. Eu até gostaria imensamente de dizer que estamos, mas não é a realidade.

LaborNews – Ainda existem países, principalmente os mais pobres, como no continente africano, que tem um índice de cobertura vacinal muito baixo, com força para o surgimento de outras variantes do SARS-CoV-2? Como resolver isso?

Dra. Marilda – Sim, nós temos um cenário que ainda precisa ser muito bem monitorado, e preocupa. O aparecimento de variantes para este vírus está muito relacionado ao número de cepas circulantes na população, ou seja, quanto mais ele circula existem mais chances de novas variantes. Há uma questão bastante complexa atualmente que é o desequilíbrio da distribuição de vacinas. O modus operandi do nosso mundo precisa ser repensado, pois vivemos numa grande aldeia global. Hoje, nos afeta o que acontece em outras regiões do mundo, pois quem está no cerne do problema é um vírus de transmissão respiratório que não respeita fronteiras. Caso não resolvam essa questão de equidade de vacina e fornecê-la independentemente de qualquer situação econômica, social, raça e religião, pois todos merecem viver direitos na nossa saúde, teremos desafios e problemas pela frente. Em março de 2020, a OMS reuniu vários países produtores de vacinas, inclusive os principais fabricantes, e propôs que a partir do momento da existência de uma vacina – se é que teríamos, pois existem vírus para os quais não conseguimos produzir vacinas –, a Organização recebesse (via Covax Facility Iniciative) uma porcentagem em torno de 10% da produção mundial para distribuir aos países com dificuldades econômicas, mas isso não aconteceu como imaginávamos. Então, estamos vendo um cenário no qual cada um pensa em si, e essa equação não fecha.

LaborNews – A senhora concorda, então, com a opinião do presidente da OMS que criticou os países mais ricos?

Dra. Marilda – Lógico! Existem muitos países africanos, e isso há três meses, em que nem os médicos haviam recebido a vacina. Uma das lições desta pandemia é que ela nos mostrou que as prioridades da qualidade de vida precisam ser compartilhadas, na medida do possível, com todos.

LaborNews – O Brasil conseguiu enfrentar o vírus, uma vez que muitos governantes estão liberando o uso de máscaras no espaço público e privado? Ou ainda é cedo?

Dra. Marilda – Aqui no Brasil, pela situação epidemiológica, número de internações e hospitalizações, além da cobertura vacinal, alguns estados e municípios sentiram-se confortáveis para abrir e deixar a população sem o uso de máscara em alguns locais, mas essas situações, que é o que todo mundo quer, podem não ser permanentes. Talvez em algum momento tenhamos que voltar a algumas iniciativas às quais não gostaríamos. Nós precisamos ter uma abertura, uma resiliência, para que o avanço não permita um retrocesso. Mas podemos ter. Eu gosto da frase do Charles Darwin, que diz que quem sobrevive não é o mais forte e nem o mais inteligente, mas o que melhor adapta-se, uma das bases da teoria da evolução. Então é preciso nos adaptarmos a determinados momentos da nossa história.

LaborNews – Em São Paulo, continua obrigatório o uso de máscaras no transporte público e em locais de saúde pública. Nos demais, livre. Isso tem lógica científica?

Dra. Marilda – Tem lógica. Uma das questões é que a flexibilização ajuda muito na questão moral da população, pois essa pandemia nos afetou enormemente, não só nas vidas perdidas e dos momentos difíceis com hospitalizações, mas com um impacto socioeconômico negativo e no sistema educacional. Como é que a gente vai encontrar agora um balanço para ter um o retorno das nossas atividades pessoais e socioeconômicas e ao mesmo tempo diminuir a possibilidade de um aumento de infecção? Os comitês científicos dos estados e municípios estão debruçados nessa equação e analisando alguns critérios, como as porcentagens de pessoas vacinadas nas diferentes faixas etárias, nos diferentes grupos (imunossuprimidos) e os números de hospitalizações. A questão é que essa análise de dados para decisões precisa ser tomada em tempo real e com coragem. Se começar uma explosão de casos, vai ter um retrocesso, e a população precisa entender e se adaptar.

LaborNews – O índice de vacinação nas crianças ainda é baixo. Por quê?  

Dra. Marilda – Principalmente devido à disseminação de notícias falsas. Uma coisa é a gente ir lá e tomar a vacina, mas um filho é sempre algo que impacta mais, pela responsabilidade. A grande disseminação de fake news impacta negativamente. O Brasil sempre foi um exemplo de vacinação e de campanhas de vacinação. Na década do ano 2000, o Ministério da Saúde recebeu duas vezes comitivas da China, inclusive aqui na Fiocruz, porque eles queriam saber como um país de dimensão continental, de tanta complexidade, conseguia vencer tantos desafios para vacinar tanta gente em relação ao Sarampo. Nós fomos modelo para o mundo de país que vacina, e com sucesso. A primeira campanha de massa da Poliomielite foi em 1980, e eliminamos a doença em 1987. O Sarampo matava até a década de 80 no mundo, por ano, em torno de 2,5 milhões de crianças. A última estatística, de 2019, estava em torno de 100 mil crianças mortas pela doença por ano, o que é uma tragédia, haja vista que a primeira vacina disponível data de 1963, nos Estados Unidos. Mas de qualquer maneira saímos de um número altíssimo por ano. O Brasil vem sendo exemplo de estratégias bem utilizadas de vacinação e, de repente, somos impactados por essas questões de inverdades. Isso é um retrocesso, mas talvez tenha faltado mais investimento pelos gestores de saúde, de todos os níveis, em informação em saúde, pois essa área de comunicação é chave para o sucesso de qualquer ação.  

LaborNews – E mesmo presenciando que a vacinação salva tantas vidas…

Dra. Marilda – No momento, a maior parte dos óbitos no Brasil acontece em pessoas não vacinadas ou com o esquema de vacinação incompleto. Já a minoria tem um ou mais fatores de risco. Caso nós não tivéssemos sido vacinados, a Ômicron poderia repetir aquelas tristes cenas de Manaus do ano passado, e em grande escala e no país inteiro. Quando observamos o gráfico da circulação do vírus desde março de 2020, percebemos que a curva do número de casos em fevereiro é uma “parede”, no entanto, o número de hospitalizações não acompanhou o mesmo ritmo. Isso se deve à vacina e às estratégias utilizadas, como o uso de máscaras, etc, que funcionam e nos salvaram de um desastre maior. Sinceramente, eu espero um dia ver o Brasil retornar a ser o país exemplo de vacinação para o resto do mundo, não só do SARS-CoV-2 , mas de todas as doenças.

LaborNews – Hoje o brasileiro pode realizar o autoteste para detectar a doença, mostrando um progresso no enfrentamento da doença. Quais foram os avanços em pesquisa e na parte laboratorial para chegarmos até aqui?

Dra. Marilda – Chegamos ao ponto em que estamos, com esse desenvolvimento tecnológico, possibilita sermos capazes de responder rapidamente a essa pandemia com vários avanços que necessitam de tecnologia de ponta, como a vacina de RNA mensageiro, como os testes rápidos. A Fiocruz padronizou um kit e colocou para ser distribuído em menos de um mês, e bem no início da pandemia, e isso só foi possível pelos nossos conhecimentos prévios. Não saímos do zero. Nós conseguimos porque já tínhamos plataformas metodológicas que nos permitiram isso. Por exemplo, os testes rápidos, que são um avanço enorme no controle de surtos e de conhecimento individual e do controle de infecção hospitalar, já existem há décadas para outras doenças. O que aconteceu foi uma transferência de conhecimento de uma plataforma, de um vírus para outro. Isso é bonito na Ciência porque ela caminha agregando informações, permitindo que o avanço tecnológico aconteça porque nós temos conhecimentos prévios que permitem chegar até lá.

LaborNews – Isso aconteceu para o advento das vacinas para SARS-CoV-2.

Dra. Marilda – Por exemplo, a Coronovac, vacina de vírus morto, é uma tecnologia de 1960. Já as vacinas da Poliomielite são de vírus morto (Salk) e vírus atenuado (Sabin). A do Sarampo é vírus atenuado em uma plataforma de cultura celular, como a Coronovac. Não são metodologias novas, mas de um conhecimento acumulado com o tempo. Um grande avanço foi o advento da vacina de RNA Mensageiro, que nós não tínhamos vacina com essa plataforma, mas já possuíamos a tecnologia. A Universidade de Oxford usou a tecnologia que era da vacina do Ebola para a AstraZeneca. Você aposta numa transferência de plataforma e dá certo. Outro exemplo: tem um vírus, VSR – Vírus Sincicial Respiratório, que é a principal causa de infecção respiratória em crianças de até dois anos de idade e desde 1969 tentamos fazer uma vacina para esse vírus, e não conseguimos ainda. Então, devemos comemorar esse avanço que a humanidade teve com as vacinas para a Covid-19.

LaborNews – O Brasil hoje consegue fazer a vigilância genômica do SARS-CoV-2?

Dra. Marilda – Esse vírus nos permitiu ter um grande avanço em questão de conhecimento genômico. A incrível plataforma da OMS [GISAID – Global Initiative on Sharing All Influenza Data], espaço no qual as pessoas colocam seus dados, tem mais de nove milhões de sequências disponibilizadas no prazo de dois anos. Esse compartilhamento foi também um dos enormes avanços gerados pela pandemia, e veio para ficar. O conhecimento genômico pode impactar nas decisões de mudanças, ou não, das cepas que acompanham as vacinas, na decisão de kits diagnósticos – onde está a mudança do genoma – e impacta em novas drogas que estão sendo utilizadas. Nós temos várias questões nas quais a vigilância genômica ajuda a responder. Aqui no Brasil surgiram várias redes, como a rede genômica da Fundação Oswaldo Cruz, que trabalha com a rede do Ministério nos LACEN’s, assim como várias universidades se organizaram em redes para responder essas questões importantes. O número de dados que nós temos no país de sequenciamento genômico poderia ser melhor, sim, mas é o que se pode fazer no momento, entretanto, tem respondido várias perguntas e sido capaz de detectar o aparecimento de variantes em diferentes regiões do Brasil. É um caminho que está permitindo que estados e municípios avaliem as suas políticas públicas para o planejamento do enfrentamento da doença.

LaborNews – Já sabemos que o SARS-CoV-2   não é somente uma doença respiratória e que pode provocar reinfecções. Além destas, quais foram as grandes descobertas sobre ele?

Dra. Marilda – A rápida produção de vacinas foi um grande avanço e isso impactou positivamente todos os países que tiverem acesso, diminuindo as hospitalizações e os óbitos. Outro foi no conhecimento clínico, que possibilitou que descobríssemos que não se trata apenas de uma doença respiratória. O uso de corticosteróides e anti-inflamatórios em determinados momentos, de acordo com quadro clínico do paciente, salvou vidas – e normalmente não é comum para outros vírus respiratórios. O conhecimento clínico foi muito grande, e não somente porque tivemos muitos pacientes com quadros diversos, mas também porque houve um compartilhamento de informações em tempo real, o que permitiu clinicamente responder melhor a questão, diminuindo o número de óbitos. Outro avanço foi o desenvolvimento rápido de alguns antivirais, no momento são muito caros, mas estão se mostrando bastante promissores. O desenvolvimento de testes rápidos é outra questão importante.

LaborNews – O Brasil sempre foi referência em vacinação, mas algumas doenças estão tendo um auto índice de casos, como o sarampo? Por quê?

Dra. Marilda – Nos últimos anos, não é só em função da pandemia, já observávamos uma dificuldade das coberturas vacinais no país ligadas a vários fatores – claro que a pandemia prejudicou – mas muito pela falta de treinamento das equipes em vários estados brasileiros. Também tivemos a ausência de vacina em determinados momentos e de campanhas de educação em saúde para vacinação. Vários fatores impactaram negativamente, e agora estamos correndo para recuperar esse prejuízo e com o risco de ver, assim como o Sarampo em 2018, o retorno de outras doenças, como Difteria, Poliomielite, entre outras, devido à queda da cobertura vacinal.  

LaborNews – Na Ásia, é comum a presença de pessoas usando máscaras para proteção do vizinho. O brasileiro também terá esse cuidado daqui para frente? Podemos dizer que a Covid-19 mudou o comportamento do brasileiro em relação a doenças transmissíveis?

Dra. Marilda – Não. Uma parte da população talvez tenha aprendido como prevenir-se e tratar melhor infecção respiratória. O brasileiro tinha o costume de trabalhar gripado, e isso vai diminuir. Algumas pessoas já têm a consciência de manter certo distanciamento, principalmente se moramos com pessoas mais idosas ou com fatores de risco. Então, existe um entendimento melhor dessa questão. Quanto ao uso de máscaras como na Ásia, é mais difícil. Lá eles têm comportamentos diferentes dos nossos e existem outros fatores culturais e sociais, sendo difícil essa comparação. Mas uma porcentagem importante do brasileiro entendeu esse impacto que as doenças respiratórias provocam em nossas vidas e provavelmente uma porcentagem vai ter um comportamento mais adequado.

LaborNews – Temos visto várias mulheres na linha frente do enfrentamento à pandemia e trabalhando com ciência e tecnologia…Dra. Marilda – Isso é muito importante. Eu tenho a sorte de trabalhar na Fundação Oswaldo Cruz, que é um presente de vida. É uma instituição em que nós não enfrentamos problemas por ser mulher. Mas no geral, é importante observar a participação feminina no desenvolvimento da nossa sociedade porque precisamos não só de mão de obra qualificada, mas de pessoas que têm sensibilidades diferentes em relação ao julgamento ou à tomada de decisões. Um ambiente de trabalho heterogêneo ajuda muito no crescimento de uma sociedade mais igualitária, não só socioeconômica, mas em termo de gênero.