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Opinião

Reestruturar o PNI é um dos grandes desafios do novo Governo

duas frentes: perseguir novas metas de cobertura vacinal, com vistas a recuperação
Dr. Yussif Ali Mere Jr dos índices de menos de dez anos atrás – passavam, todos, de 90%, sendo que a
Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e antipólio chegou a quase 98%; e melhorar a logística de distribuição das vacinas,
Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (FEHOESP e SindRibeirão) investigando por que faltam algumas nos postos e facilitando o acesso da população
a elas, por meio de sua disponibilização em mais locais de grande circulação, como
presidencia@fehoesp.org.br
escolas e terminais de transporte coletivo, por exemplo.
Ambas dependem de campanhas massivas de comunicação, tanto combatendo a
indústria de fake news alimentada pelo movimento antivacina, quanto esclarecendo a
A necessidade de recuperar níveis adequados de vacinação, principalmente população sobre a eficácia e a segurança das imunizações. É preciso lembrá-la de que
infantil, e a recuperação do PNI (Plano Nacional de Imunizações), enfraquecido por seus benefícios superam em muito os baixíssimos riscos e ter uma estratégia muito
vieses políticos simpáticos ao movimento antivacina, constituem um dos maiores bem costurada para isso.
comprometimentos em conquistas consolidadas há décadas em nosso país e um Um fracasso nesta missão essencial significará a confirmação de um risco já muito
grande desafio do novo governo federal. presente no Brasil: o de que as baixas coberturas vacinais resultem na volta de doenças
Reconhecido como referência mundial pela Organização Pan-Americana da Saúde já erradicadas – vide o sarampo, que, erradicado no país em 2016, retornou em 2018.
(OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o PNI foi considerado um Em se materializando os piores cenários, as consequências serão funestas, não
marco histórico na saúde brasileira pela coleção de avanços em qualidade de vida apenas para um sistema de saúde pública já perto de colapsar, mas para toda a
conquistada via cobertura vacinal. Entre eles a eliminação, no Brasil, do sarampo e população, independentemente de classe social ou econômica.
do tétano neonatal, o controle de outras doenças imunopreveníveis, como difteria, A importância do papel representado pelo PNI na Saúde remete a uma frase
coqueluche e tétano acidental, hepatite b, meningites, febre amarela, formas graves internacional relembrada recentemente pela vice-presidente da Sociedade Brasileira
da tuberculose, rubéola e caxumba em alguns estados do país, e a manutenção da de Imunizações (SBIm), médica Isabella Ballalai: “vacinas causam adultos”. Porque
erradicação da poliomielite em território nacional. não há dúvida de que as altas coberturas vacinais conquistadas pelo programa
Bastaram, porém, pouco mais de dois anos de pandemia para que o antivacinismo, contribuíram decisivamente para o aumento da expectativa de vida dos brasileiros –
com endosso do último presidente da República, provocasse grandes avarias em uma de 40 para 70, 80 anos nas últimas três décadas.
construção de quase 50 anos e 47 diferentes imunobiológicos ofertados gratuitamente É muito mais fácil e efetivo construir uma cultura, como foi a política
à população via rede SUS (Sistema Único de Saúde). Por exemplo: desde 2018, brasileira de vacinação em massa. Mas é muito mais custoso em todos os sentidos
nenhuma das 15 vacinas integrantes da caderneta infantil do PNI atingiu a meta de descontruir uma informação errada que conquistou milhões de pessoas em
imunização, de acordo com o Ministério da Saúde – todas ficaram abaixo de 70% de pouquíssimo tempo. Nem é preciso dizer que as consequências negativas pesam
cobertura, sendo que algumas perigosamente em torno dos 50%. não apenas na saúde, mas na educação, na economia, na vida em sociedade de
Há muito o que fazer para que o PNI volte a ser referência mundial e está claro que forma geral. Saúde e educação precisam ser tratadas, agora mais do que nunca,
a grande missão da nova ministra da Saúde, Nísia Andrade, passa por, pelo menos, em políticas muito próximas.

Novidade

Grupo inova e inclui detecção de citomegalovírus congênito

no Teste Genético da Bochechinha

Empresa é a primeira a oferecer diagnóstico de agente infeccioso capaz de levar a
comprometimento de recém-nascidos em exame já utilizado para doenças genéticas
A partir do mês, os bebês brasileiros podem que até pouco tempo detectava apenas doenças
ser investigados para uma condição silenciosa, genéticas, é um exame complementar ao Teste do
que pode levar a comprometimento sensorial e Pezinho, que auxilia na identificação de doenças
neurológico. Na mesma amostra de saliva colhida tratáveis, reduzindo ou evitando sequelas
para o Teste Genético da Bochechinha, que detecta e morte precoce. O Teste da Bochechinha
alterações em mais de 390 genes, o Grupo Sabin permite o diagnóstico mais preciso, rápido e
incluiu, pela primeira vez no Brasil, a pesquisa abrangente, a partir da análise do DNA presente
para citomegalovírus congênito, condição capaz na saliva coletada na parte interna da bochecha
de provocar surdez e alterações neurológicas. A do bebê. O exame dura cerca de um minuto e
integração de uma doença infecciosa no rol de quanto mais precoce sua realização, maior a
diagnósticos do teste genético da bochechinha possibilidade de benefícios. A testagem para o
é novidade para médicos e famílias de recém- citomegalovírus será realizada em amostras de
nascidos. “A investigação para citomegalovírus bebês até 20 dias de vida, já que após esse prazo
congênito não era realizada de praxe, já que a na bochecha do bebê, além de rápido e indolor a detecção do vírus pode não estar associada à
sensibilidade para detecção do vírus na amostra para a criança, auxilia o médico a determinar o forma congênita da doença.
de sangue habitualmente coletada no teste do tratamento com mais precisão e rapidez”, explica AME - A novidade é apresentada pelo Grupo
pezinho não é adequada. Com o uso de amostra de a médica geneticista do Sabin, Rosenelle Araújo. Sabin, menos de um ano depois de outra inovação
saliva, que já é coletada para o Teste Genético da Citomegalovírus congênito - Estima-se que 1 no mesmo exame realizada pela empresa. No
Bochechinha, conseguimos acrescentar mais essa a cada 200 crianças nasça com a infecção pelo ano passado, o Sabin incluiu o diagnóstico da
condição à lista das doenças investigadas”, destaca citomegalovírus. A forma congênita do CMV Atrofia Muscular Espinhal (AME) no teste da
o farmacêutico e coordenador de Genômica do pode levar a diversas alterações clínicas nos bochechinha. O trabalho desenvolvido pela área
Grupo Sabin, Gustavo Barra. “São doenças que, bebês. Embora seja assintomático na maioria de genômica do Núcleo Técnico Operacional
se diagnosticadas precocemente, podem ser dos casos, pode levar a manifestações como da sede do Grupo, em Brasília, foi reconhecido
tratadas corretamente desde os primeiros dias de icterícia, aumento do fígado e baço, pneumonias, como Melhor Trabalho pela divisão de Pediatria
vida. No caso do CMV congênito, a identificação anemias, microcefalia, perda de visão e audição, e Medicina Materno-Fetal, da American
da infecção vai permitir que o bebê seja incapacidade motora, calcificações cerebrais, Association for Clinical Chemistry (AACC), no
adequadamente acompanhado por especialistas, a entre outras. Mesmo pacientes sem sintomas congresso mundial da instituição, realizado em
fim de identificar precocemente possíveis sequelas ao nascimento e com a triagem auditiva normal julho, em Chicago (EUA).
da infecção que podem surgir meses ou até anos podem evoluir com alterações auditivas tardias,
após o nascimento. A novidade de fazer tudo na sendo necessário o acompanhamento por Anne Candal | anne.candal@fsb.com.br
mesma amostra de saliva colhida por um cotonete especialista. O Teste Genético da Bochechinha, (11) 97642.8090

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