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Avanço
Hospital Unimed Ribeirão Preto realiza a

primeira cirurgia cerebral com o paciente acordado

Método utilizado pela equipe multiprofissional do hospital permite a colaboração do paciente, que responde em
tempo real a estímulos de linguagem para melhor identificação das áreas afetadas por tumores cerebrais

aproximadamente cinco horas. Anestesia controlada
Deste tempo total, por aproximadamente uma Para permitir que o paciente desperte em
hora e meia o paciente ficou acordado, enquanto meio ao procedimento cirúrgico, é realizada uma
o procedimento cirúrgico era realizado. “Através anestesia geral para abertura da calota craniana.
de estímulos elétricos feitos na área cerebral de “O paciente passa por uma anestesia geral alvo
comando das funções de linguagem, o paciente controlada, associada a bloqueio local do couro
perde momentaneamente esta capacidade, o que cabeludo, via máscara laríngea, para início da
nos permite fazer um mapeamento funcional que vai cirurgia. Quando o neurocirurgião chega à região
indicar ao neurocirurgião o seu campo de trabalho do tumor, este medicamento é suspenso e ele
para retirada da lesão, sem comprometimento de desperta, apto a responder normalmente a todos os
áreas sadias”, afirma o neurofisiologista Rodrigo estímulos de linguagem, uma vez que o cérebro em
Nogueira Cardoso. si é indolor. Terminado este procedimento, é feita
Enquanto recebia os estímulos elétricos, o nova anestesia geral para finalização da cirurgia”,
paciente ainda era levado a fazer exercícios de comenta o anestesista Thiago Freitas Gomes.
linguagem, conversando com as neuropsicólogas “Este é o melhor método para retirada de
O Hospital Unimed Ribeirão Preto realizou sua integrantes da equipe multiprofissional do hospital, tumores deste tipo. Em uma cirurgia convencional,
primeira cirurgia cerebral com o paciente acordado. por meio de testes para nomear objetos, diferenciar com o paciente totalmente sedado, há riscos
Sob os cuidados de uma equipe multiprofissional figuras, identificar cores e realizar cálculos maiores de comprometimento de funções de
formada por nove profissionais, entre matemáticos. “Trata-se de um processo em que linguagem. Após a alta, com o seguimento de
neurocirurgiões, neurofisiologista, neuropsicólogas, a colaboração do paciente é fundamental para o tratamentos de quimioterapia e radioterapia
instrumentadores, anestesista e enfermeiros, o sucesso do resultado final”, completa Cardoso. e o acompanhamento de profissional de
paciente, um comerciante de 58 anos, morador em Para garantir esta colaboração, o procedimento fonoaudiologia, que é fundamental, este paciente
Orlândia, teve retirado um tumor cerebral que já teve início muito antes da entrada no centro terá um ganho efetivo de qualidade de vida, sem
comprometia a sua capacidade de fala. cirúrgico, quando o paciente passou por avaliações dúvida”, completa o neurocirurgião Dias Júnior.
“Trata-se de um procedimento em que por parte da equipe de neuropsicologia e recebeu
trabalhamos em uma lesão muito pequena e as informações de como deveria ocorrer a
específica no cérebro. Com o paciente acordado operação. Todo este preparo foi fundamental
e respondendo a estímulos, conseguimos fazer para que, ao acordar no decorrer da cirurgia, o
uma avaliação em tempo real sobre o que é tecido paciente respondesse de maneira satisfatória
normal e o que é lesão, permitindo a ressecção aos testes previamente apresentados a ele pelas
apenas do tumor, sem risco de comprometimento neuropsicólogas Catherine Moisés Carrer e Marina
de outras funções cerebrais, especialmente a de Felipe Antônio e tivesse a tranquilidade necessária
fala ou os movimentos dos membros”, explica para passar por este momento, com todo o suporte
o neurocirurgião Luiz Antônio Araújo Dias humanizado oferecido pelas equipes do Hospital
Júnior, que conduziu a cirurgia, com duração de Unimed, do início ao fim da internação.

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