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Opinião



                    Alexandre Calegari
                    Mais de 16 anos de experiência em Tecnologia da Informação na área de Medicina Diagnóstica.
                    Graduado em Tecnologia e Processamento de Dados pela UNIRP e pós-graduado em Administração de
                    Empresas pela FGV, atualmente lidera projetos estratégicos da Shift e a área de Gestão de Produtos.
                    Gerente de Produto da Shift.
                    alexandre@shift.com.br
                                     A aplicação do BI no laboratório


          Sabemos que vivemos em um ambiente altamente   o  conhecimento  de  seus  parâmetros  e  indicadores   o processo é centralizado em um pequeno número de
       competitivo, e o segmento de medicina diagnóstica não é   (de  forma  acurada  e  atualizada)  é  fundamental  aos   colaboradores e está limitado a uma análise periódica.
       excepção — a gestão de laboratórios de análises clínicas   gestores.                   Além disso, frequentemente essa análise é realizada
       conta com muitas particularidades e é imprescindível que   Há  décadas,  o  processo  de  construção  de   no final do mês, o que dificulta uma tomada de decisão
       tenha acesso a informações de suas atividades críticas e   indicadores era feito de maneira lenta e manual.   ágil e impossibilita  que se atue preventivamente  no
       aos resultados de seus processos. Isso possibilita que a   Para  levantar  as  informações,  a  administração   processo.
       gestão atue para garantir o compliance com as normas de   tinha que planejar uma coleta de dados   Por  fim,  as  normas  de  acreditação  também
       acreditação e, o principal: ter tempo hábil para analisar os   esporádica,  com  uma  frequência  específica.   evoluíram  no  sentido  de  olhar  para  os  dados  —  se
       indicadores e tomar decisões de forma estratégica e não   Diferentes setores eram supervisionados e seus   antes eram normas estritamente técnicas, hoje
       de uma forma reativa.                      dados eram levantados um a um.              também preconizam que os laboratórios tenham em
          O  primeiro  uso  do  termo  “Business  Intelligence”   Mesmo que hoje o laboratório tenha tecnologias e   conta indicadores de gestão.
       data da década de 1960, quando ele era utilizado para   dados à sua disposição, ainda existe um grande esforço   Assim, o grande objetivo do BI e de ferramentas
       compartilhar  dados  entre  empresas.  Desde  então,   na elaboração de indicadores, e com isso sobra pouco   como  a  Shift  vem  desenvolvendo  é  transformar
       tanto o conceito quanto suas  ferramentas  vêm se   tempo para a análise crítica dos resultados e para atuar   as  atividades  manuais  em  análises estratégicas do
       expandindo.  Hoje,  ele  compreende  um  conjunto  de   em  melhorias  de  processos.  Mesmo  após  a  definição   negócio,  desde  a  definição  dos  indicadores  até  a
       metodologias e processos que transformam  dados   dos indicadores, acaba se deparando com um grande   extração dos dados e montagem de gráficos, realizando
       brutos em informações, de fato, relevantes.  esforço para a elaboração dos mesmos, sendo muitas   o levantamento e a análise de dados de forma rápida e
          O BI surge assim de uma demanda de informação   vezes utilizadas ferramentas externas para a construção   eficaz. Além de apresentar os indicadores mais cruciais
       assertiva  e  analítica,  direcionada  para  a  tomada  de   dos gráficos.             para o gestor, ele também auxilia na automatização de
       decisões.  O  termo,  por  si  só,  pode  ser  aplicado  a   Com isso, o laboratório  acaba  gerenciando  um   tarefas e apoia a identificação de erros e gargalos de
       qualquer tipo de administração: em qualquer empresa,   número menor de indicadores — na maioria das vezes   produtividade de forma muito mais rápida e minuciosa.





       Exames moleculares identificam fator de risco para a doença de Alzheimer

                       Doença acomete principalmente idosos, sendo responsável por cerca de 70% dos casos de demências em todo o mundo
         Quando se fala em Alzheimer, a primeira coisa que                                      Maira  ainda  fala  sobre  o  fator  hereditário:  “Nem
       vem à cabeça é a perda de memória que a doença causa.                                  tudo que é genético, é hereditário. Mas existe sim uma
       A patologia, já muito conhecida por conta do seu principal                             forma rara da doença de Alzheimer que é transmitida de
       sintoma, foi descoberta no ano 1906, pelo psiquiatra e                                 geração em geração, chamada de ‘Doença de Alzheimer
       neuropatologista alemão Alois Alzheimer.  Segue ainda                                  Familiar’,  em  que,  se  um  de  seus  progenitores  tem  a
       sem cura e intriga a ciência com alguns mistérios ainda                                mutação genética, cada filho terá 50% de probabilidade
       não desvendados.                                                          Maira Cicero   de herdá-la,” esclarece.
         O mês de fevereiro, intitulado Fevereiro Roxo, surge                    Ferreira,      O laboratório de apoio DB Molecular é especializado
       com a ideia de conscientizar e desmistificar não apenas                   Especialista de   em exames genéticos e fornece dois exames que, por
       essa doença, mas também outras enfermidades crônicas                      Produto do DB   meio de uma coleta de sangue, auxiliam na análise de
       e ainda sem cura, como a fibromialgia e o lúpus.                          Molecular    risco para a doença de Alzheimer. Um dos testes faz a
         O que é Alzheimer?                                                                   pesquisa  da  isoforma  e4  (APOE)  e  o  outro  (PALZHE)
         O  Alzheimer  é  uma  doença  neurodegenerativa                                      é mais completo: por meio de um painel, analisa os 9
       causada pela morte de células cerebrais, e se apresenta,                               principais genes relacionados com a doença.
       no geral, como demência. Segundo o Alzheimer’s Disease                                   Alzheimer tem cura?
       International  (ADI),  a  demência  é  o  nome  dado  ao                                 Apesar  de  a doença  ainda não  ter  cura  e  ser
       conjunto de síndromes cerebrais que afetam a memória,                                  progressiva, o tratamento precoce consegue fornecer
       o pensamento, o comportamento e a emoção. Dentro                                       qualidade  de  vida  aos  pacientes,  melhorando  a  saúde
       dessas síndromes, o Alzheimer é a mais comum delas,   um  conjunto  de  exames,  entre  eles,  testes  cognitivos,   tanto  dos  acometidos  pela  doença  como  de  seus
       representando entre 60 e 70% dos casos.    exames de imagem do sistema nervoso central e testes   familiares.  Por  isso,  ressalte-se  a  importância  de  um
         Outras causas da demência incluem: doença vascular,   moleculares.                   diagnóstico preciso o quanto antes.
       demência  com  corpos  de  Lewy  e  demência  temporal.   Maira  Cicero  Ferreira,  Especialista  de  Produto  do   Esforços  estão  sendo  realizados  por  toda  a
       Segundo a ADI, essas doenças atingem, em sua maioria,   laboratório DB Molecular, explica que um dos fatores de   comunidade  científica  ao  redor  do  mundo.  Algumas
       os idosos, causando dependência em grande parte dos   riscos para o desenvolvimento da doença de Alzheimer   pesquisas parecem promissoras quanto a medicamentos
       casos. A instituição também ressalta que o distúrbio pode   é  genético.    O  exame  analisa  os  polimorfimos  do   preventivos e que auxiliem na regressão da doença, mas
       ocorrer independente de classe social ou econômica e   gene apolipoproteína E (apoE). Esse gene é mapeado   ainda estão em fase de testes e estudos.
       étnica.                                    no  braço  longo  do  cromossomo  19  e  codifica  uma   Para saber mais sobre os exames, acesse o site do DB
         Em  2017,  a  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS)   glicoproteína  com  317  aminoácidos,  cuja  função  é   Molecular: dbmolecular.com.br.
       divulgou um estudo sobre a demência em que dizia que   auxiliar  o  transporte  de  colesterol  e  fosfolípides  no   REFERÊNCIAS:
       os números de pessoas com a doença podem triplicar   cérebro e ajudar na regeneração da membrana neuronal   1. OPAS Brasil. Demência: número de pessoas afetadas triplicará nos
       até  2050,  chegando  a  152  milhões  de  afetados.  Hoje,   lesionada. Em humanos, existem três alelos principais   próximos 30 anos. 2017. Disponível em:https://www.paho.org/bra/index.
       contabiliza  que  cerca  de  10  milhões  de  indivíduos  no   do gene APOE, decorrentes de apenas duas alterações   php?option=com_content&view=article&id=5560:demencia-numero-de-
       mundo desenvolvem o distúrbio a cada ano. A OMS ainda   no DNA, chamados de e2, e3 e e4. A variante e4 do gene   pessoas-afetadas-triplicara-nos-proximos-30-anos&Itemid=839.  Acesso
                                                                                              em: 22 jan. 2021.
       reforça que os desafios em torno da doença são grandes   é a que apresenta o fator genético de risco mais comum   2. ALZHEIMER’S Disease International. Disponível em: https://www.
       e que é necessário garantir que todos tenham o cuidado   para a doença de Alzheimer.   alzint.org/. Acesso em: 21 jan. 2021.
       de que precisam.                              Contudo, a especialista deixa claro que o   3. ALZHEIMER e demência no Brasil. Disponível em: https://www.
         Um  dos  projetos  da  OMS,  desenvolvido  em  2018,   desenvolvimento  da  doença  também  pode  ter  outras   alz.org/br/demencia-alzheimer-brasil.asp#factors. Acesso em: 25 jan. 2021.
       foi  coletar  dados  de  21  países,  em  todos  os  níveis  de   causas: “A doença de Alzheimer, pelo que os estudos   4.  PRADO,  Denise;  CARDOSO.  Inês  Lopes.  Apolipoproteína  E  e
       renda,  sobre:  projetos  de  desenvolvimentos,  projetos   demonstram,  tem  causa  multifatorial,  dependendo  não   doença de Alzheimer.. Revista Neurociências. São Paulo. 2013;21(1):118-
       de  conscientização  e  números  de  pessoas  sob  essa   apenas da genética, mas também do estilo de vida e da   125. Doi: 10.4181/RNC.2013.21.775.8 p.
       condição. E um dos alvos principais foi em relação aos   idade da pessoa. Além disso, há hipóteses de que diversos
       exames de diagnósticos. A pesquisa indicou que apenas   genes  agem  em  conjunto  com  fatores  de  risco,  para
       14% dos países que relatam os dados podem indicar o   desencadear o surgimento da doença,” explica Maira.
       número de pessoas diagnosticadas. Estudos anteriores   Ou  seja,  um  teste  molecular,  com  o  resultado
       sugerem  que  90%  dos  pacientes  desconhecem  sua   positivo não significa que a pessoa, obrigatoriamente,
       própria condição.                          desenvolverá a doença, mas que ela apresenta um    Rua Cardoso de Almeida, 1460. Perdizes.
         Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?  risco maior, sendo necessário manter um estilo de          São Paulo - SP.
         O  diagnóstico  da  doença  de  Alzheimer  se  dá  por   vida mais saudável.                  https://www.dbmolecular.com.br/
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